Após bancada do PDT deixar base de Lula, Gleisi Hoffmann diz que respeita decisão e segue dialogando com o partido
Decisão de deputados acontece após demissão do presidente do partido, Carlos Lupi, do Ministério da Previdência, em meio ao escândalo do INSS

Foto: Gil Ferreira/SRI
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, disse que respeita a decisão da bancada do PDT na Câmara de deixar a base de apoio do presidente Lula (PT).
“Respeitamos o posicionamento da bancada, e seguimos dialogando com o PDT, contando com o apoio do partido nas matérias de interesse do país”, afirmou a ministra por meio de assessoria.
A declaração foi feita nesta terça-feira (6), após a bancada do partido, com 17 deputados, realizar o anúncio de que deixará a base e se tornará independente. Em entrevista à CNN, na segunda (5), a ministra havia definido o partido como "fundamental" para o governo.
A decisão acontece quatro dias depois da demissão do ministro da Previdência Social e presidente do PDT, Carlos Lupi, em meio ao escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Para o lugar de Lupi, Lula nomeou o ex-deputado Wolney Queiroz, número dois na hierarquia da pasta. Wolney também é do PDT, mas a nomeação dele não atende ao partido.
Responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com o Congresso, Gleisi disse que apesar da decisão da legenda, segue contando com o apoio em votações prioritárias para o governo.
Os partidos que integram a base do governo Lula somam cerca de 130 deputados, abaixo dos números necessários para o governo aprovar projetos de lei complementar (257) e propostas de emendas constitucionais (308).
O presidente tem buscado se aproximar de partidos do Centrão, como PP, PSD, Republicanos e União Brasil.
Escândalo do INSS
Lupi pediu demissão depois do escândalo de desvios de valores de aposentadorias e pensões pagas pelo INSS ser descoberto pela Controladoria-Geral da União (CGU) e Polícia Federal (PF).
Conforme as investigações, as fraudes começaram no ano de 2019. Associações e entidades faziam descontos irregulares na folha de pagamentos de aposentados e pensionistas sem a devida autorização.
Segundo estimativas do governo federal, mais de 4 milhões de pessoas podem ter sido lesadas. O prejuízo total pode chegar a cerca de R$ 6 bilhões.
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