Após sanções dos EUA, Lula afirma que mantém "relação de respeito" com Cuba
Presidente pediu ao país americano que deixem os cubanos em paz

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que mantém uma "relação de respeito" com Cuba. A declaração ocorreu nesta quinta-feira (14), um dia depois das sanções dos Estados Unidos contra os cidadãos brasileiros ligados ao programa "Mais Médicos".
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Durante a cerimônia de inauguração de fábrica de hemoderivados da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) em Goiana (PE), Lula também pediu ao país americano que "deixem os cubanos viverem em paz".
"É importante eles saberem que a nossa relação com Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos e hoje está passando necessidade em um bloqueio que não há nenhuma razão. Os Estados Unidos fizeram uma guerra e perderam; aceitem que perderam e deixem os cubanos viverem em paz", afirmou Lula.
O presidente da República também pediu para os sancionados não se preocuparem com o visto americano e justificou:
"O mundo é muito grande, o Brasil tem 8,5 km². Você tem lugar para andar no Brasil para caramba", explicou.
Na última quarta-feira (13), o Departamento de Estados dos EUA decidiu impor restrições de visto a pessoas ligadas ao programa do Mais Médicos, ex-funcionários da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e seus familiares.
Segundo nota assinada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, a iniciativa visa punir a "cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano, no âmbito do programa Mais Médicos".
O Mais Médicos levou médicos para áreas onde a oferta destes profissionais era escassa ou até inexistente. Conforme o Ministério da Saúde (MS), o programa contou com 18,1 mil profissionais da medicina selecionados em 2015, ou seja, 60% dos médicos cubanos.
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