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Arquiteto chinês renomado e documentarista brasileiro morrem em queda de avião em MS

Segundo o Corpo de Bombeiros, a ocorrência aconteceu na Fazenda Barra Mansa no momento que a aeronave realizaria o pouso.

Por FolhaPress
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Arquiteto chinês renomado e documentarista brasileiro morrem em queda de avião em MS

ISABELLA MENON

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um avião caiu na noite desta terça-feira (23) e deixou quatro mortos em Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, na região do Pantanal. Segundo o Corpo de Bombeiros, a ocorrência aconteceu na Fazenda Barra Mansa no momento que a aeronave realizaria o pouso.

Entre as vítimas, está o arquiteto chinês Kongjian Yu, considerado um dos maiores do mundo, o documentarista Luiz Ferraz, o diretor de fotografia Rubens Crispim Júnior e o piloto Marcelo Pereira de Barros. Kongjian é idealizador do conceito de cidades-esponja, técnica que usa a vegetação e o desenho de rios e córregos para revitalizar paisagens urbanas e evitar eventos extremos, como enchentes.
Ele esteve presente na abertura da Bienal de São Paulo, onde exibe projetos baseados no conceito de cidades-esponja. Em nota, a CAU lamenta a morte de Kongjian Yu e afirma que a viagem ao Pantanal tinha como objetivo a participação de gravações sobre seu trabalho.

No início de setembro, o arquiteto esteve no Brasil para uma palestra para a Conferência Internacional CAU 2025 e reuniu um público de 4 mil pessoas. Na ocasião, ele falou sobre o conceito "cidades-esponja", aplicado em mais de 250 países e defendeu soluções baseadas na natureza para enfrentar enchentes urbanas e os efeitos da crise climática.

Ele retornou ao Brasil na semana passada, esteve na Bienal e seguiu viagem para o Pantanal. O chinês fundou o escritório Turenscape, em Pequim, e recebeu prêmios como o IFLA Sir Geoffrey Jellicoe Award (2020), o Cooper Hewitt National Design Award (2023) e o RAIC International Prize (2025). "Sua contribuição influenciou políticas públicas ambientais na China e em outros países", diz a CAU.

A presidente do conselho no Brasil, Patrícia Sarquis Herden afirma que sua obra deixa um legado de compromisso com a sustentabilidade, a paisagem e a vida urbana. Além do arquiteto, morreram também o documentarista Luiz Ferraz, que produziu o documentário "Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia", que trata sobre o acidente aéreo que matou jogadores, comissão técnica da Chapecoense e jornalistas em novembro de 2016 e foi indicada ao Emmy Internacional.

A Olé Produções, onde trabalhavam o documentarista e Rubens Crispim Júnior, lamentou as mortes. "A família lamenta profundamente o ocorrido e agradece as inúmeras mensagens de carinho e solidariedade recebidas neste momento de dor", diz a empresa.
A aeronave, um Cesnna 175, era de 1958 e estava em em situação regular, segundo registros da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Ela pertencia a Marcelo Pereira de Barros, que pilotava no momento do acidente. Segundo a agência, o avião não tinha autorização para realizar voos noturnos e também não poderia realizar táxi aéreo, embora a FAB não detalhe se esta era a modalidade do voo.
OPERAÇÃO DE BUSCA DEMOROU 9 HORAS
Segundo os bombeiros, após os trabalhos da Polícia Científica e Polícia Civil, foi realizada a retirada das vítimas das ferragens e os corpos foram entregues aos cuidados da funerária e Polícia Civil. A operação de busca e resgate durou cerca de nove horas, devido a distância e as condições de acesso ao local.

De acordo com a FAB (Força Aérea Brasileira), investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos foram contatados para realizar ação inicial no acidente que envolve a queda de uma aeronave de matrícula PT-BAN.
Na ação, profissionais aplicam técnicas específicas para coleta de dados. Em nota, a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, afirma que foi acionada para atender a ocorrência na zona rural de Aquidauana. "Equipes da PCMS, incluindo peritos criminais, estão em campo para a realização de procedimentos de praxe e o levantamento de dados preliminares", afirma.

A Fazenda Barra Mansa, onde a aeronave caiu, foi usada pela TV Globo para a gravação da novela Pantanal. A propriedade foi fundada por Aniceto Rondon, nos anos 1940, quando recebeu as terras como herança de família, e foi aberta para visitantes em 1996.

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