Arrecadação federal soma R$ 234,59 bilhões em junho e bate recorde; alta do IOF auxiliou no crescimento, diz Receita
Esse foi o maior valor arrecadado em um mês de junho desde 1995

Foto: José Cruz/Agência Brasil
A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas alcançou R$ 234,59 bilhões em junho deste ano, segundo dados divulgados pela Receita Federal nesta quinta-feira (24). O valor representa um aumento real — descontada a inflação — de 6,6% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram arrecadados R$ 220 bilhões.
Esse também foi o maior valor arrecadado em um mês de junho desde o início da série histórica da Receita Federal, em 1995, um recorde de 31 anos.
Segundo a Receita Federal, o valor foi obtido com a ajuda do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo governo Lula (PT) em maio deste ano.
A medida chegou a ser derrubada pelo Congresso Nacional, mas foi retomada após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 16 de julho.
"O IOF apresentou uma arrecadação de R$ 8,02 bilhões, representando crescimento real de 38,83%. Esse desempenho pode ser justificado pelas operações relativas à saída de moeda estrangeira e pelas operações de crédito destinadas a pessoas jurídicas, especialmente em decorrência de alterações na legislação do tributo", afirmou a Receita Federal.
Acumulado no ano
Já no acumulado de 2025, a arrecadação alcançou R$ 1,425 trilhão, com alta real de 4,38% sobre o primeiro semestre de 2024, sem a correção da inflação.
Em valores corrigidos, a arrecadação totalizou R$ 1,44 trilhão entre janeiro e junho. O montante representa um crescimento real de 4,4% em relação ao mesmo período em 2024, quando somou R$ 1,38 trilhão.
Além do aumento no IOF, o governo também contou com outros tributos, que sofreram altas nos últimos anos, para ampliar a arrecadação em 2025, como:
- Tributação de fundos exclusivos (offshores);
- Mudanças na tributação de incentivos (subvenções) concedidos por estados;
- Retomada da tributação de combustíveis;
- Tributação das bets;
- Imposto sobre encomendas internacionais (taxação das blusinhas);
- Reoneração gradual da folha de pagamentos;
- Fim de benefícios para o setor de eventos (Perse).