Às vésperas do julgamento de Bolsonaro, imprensa internacional repercute caso da trama golpista
Ex-presidente começa a ser julgado nesta terça-feira (2)

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), na ação que investiga um suposto golpe de Estado, será realizado nesta terça-feira (2) e a imprensa internacional já está repercutindo.
Os jornais internacionais têm feito uma retrospectiva do caso de Bolsonaro, que, junto a outros sete réus, foi acusado de integrar uma suposta organização que tentou aplicar um golpe após o resultado das eleições de 2022.
A imprensa tem reforçado a tentativa de interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no processo. Ao impor tarifas de 50% ao Brasil, no início de julho, o republicano ressaltou a forma como o julgamento estava sendo conduzido como um dos motivos.
"A maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar acontecendo. É uma Caça às Bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!", escreveu Trump, em uma carta direcionada ao presidente Lula (PT).
A Economist descreveu o julgamento como inédito e reforçou que o Brasil está oferecendo uma lição de democracia aos EUA. "Mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o próprio país está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia", afirma uma reportagem.
Já o New York Times questionou se o STF está ultrapassando os limites, ressaltando que a intervenção de Trump só aumentou a determinação do judiciário brasileiro. Segundo o jornal, "Moraes ordenou batidas policiais, censurou contas online, bloqueou redes sociais e, em alguns casos, prendeu pessoas sem julgamento".
O britânico Guardian destacou a prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, após o descumprimento de medidas cautelares. "Embora Bolsonaro negue as acusações, muitos especialistas jurídicos argumentam que as evidências contra ele tornam a condenação e uma sentença severa quase certas", pontuou.