Bahia tem segunda maior taxa de desocupação do país

O estado manteve a maior população de desalentados do país (768 mil pessoas)

[Bahia tem segunda maior taxa de desocupação do país]

FOTO: Marcello CasalAgência Brasil

A Bahia tem a segunda maior taxa de desocupação do país (18,3%) no primeiro trimestre deste ano, perde apenas para o Amapá (20,2%). Os dados são da PNAD contínua trimestral divulgada nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A média do estado é bem maior que a taxa nacional no mesmo período de 12,7%. O número de pessoas desocupadas no trimestre ficou maior do que no fim do ano passado (17,4%) e do 1º trimestre de 2018 (17,9%).

Na capital baiana, a taxa ficou em 15,8% no primeiro trimestre do ano, também um pouco acima do quarto trimestre (15,3%) e praticamente igual à do primeiro trimestre de 2018. A universitária Joice Gouveia, 23, que mora no bairro de Pirajá, em Salvador, contou ao portal Farol da Bahia que está há quatro meses desempregada.  “A maior dificuldade para conseguir emprego é que é obrigatório ter experiência e como eu só tenho na área de telemarketing fica mais difícil arranjar outra coisa. Atualmente, estou fazendo faculdade de administração e por isso busco estágio na área”, contou.

Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), o índice de desocupados foi de 18,7% no início de 2019, número acima do último trimestre de 2018 (17,3%), mas menor que a do 1º trimestre do ano passado (19,2%).

O professor de Geografia Talisson Oliveira, 28, se formou no final do mês de janeiro pela Universidade Federal do Rio Grande, no Rio Grande do Sul e retornou à cidade natal, Catu, no interior da Bahia, em busca de emprego.  Após dez dias de procura, foi chamado para uma entrevista numa escola, onde atualmente trabalha dois dias na semana. Porém, ainda procura outra vaga de emprego na área que preencha a sua carga horária e complemente a sua renda.  “A escola é fantástica e tem sido bom trabalhar lá, mas o que recebo pelos dois dias de trabalho, não é suficiente para me manter. Por conta disso, ainda dependo de minha mãe”, disse. Ele acredita ter dificuldade de recolocação, já que Catu é uma cidade pequena e com poucas oportunidades. Porém, precisou retornar ao município, porque não tinha condições financeiras de se manter morando no Rio Grande do Sul. 

Desalentados-  A Bahia manteve a maior população de desalentados do país (768 mil pessoas), com pequenas baixas desse contingente tanto comparado ao 4º trimestre (772 mil pessoas nessa situação) quanto em relação ao 1º trimestre de 2018 (774 mil).

O número de empregados com carteira assinada teve um pequeno aumento, no estado, entre o quarto trimestre de 2018 e o primeiro trimestre de 2019 (de 1,435 para 1,464 milhão de trabalhadores), mas mantém a tendência de baixa, comparado ao primeiro trimestre de 2018 (1,466 milhão com carteira).

Os setores com as maiores perdas de postos de trabalho no estado do quarto trimestre de 2018 para o primeiro trimestre de 2019 foram o comércio (-58 mil trabalhadores) e a construção civil (-37 mil).

O rendimento médio dos trabalhadores no mesmo período ficou em R$ 1.527 na Bahia, R$ 2.471 em Salvador e R$ 2.271 na região metropolitana. Os três apresentaram recuos em todas as comparações.

Brasil-  Além do Amapá e Bahia, o Acre está entre as maiores taxas de desocupação (18%) no país. As mais baixas estão em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%). 

O índice de pessoas desocupadas cresceu em 14 dos 27 estados da federação quando comparado ao trimestre anterior. As maiores variações foram no Acre (4,9 %), Goiás (2,5 %) e Mato Grosso do Sul (2,5 %). 


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