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Banco Central EUA 'fecha torneira', após estímulos econômicos; medida pode afetar Brasil

Instituição já injetou cerca de US$ 4,3 trilhões na economia desde o início da pandemia

Por Da Redação
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Banco Central EUA 'fecha torneira', após estímulos econômicos; medida pode afetar Brasil

Foto: Kyodo News/Getty Images

Após cerca de US$ 4,3 trilhões na economia, desde o início da pandemia, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), informou, na quarta-feira (3) que vai 'fechar as torneiras'.

O estímulo monetário, feito via compra de títulos que estão em poder do mercado, favoreceu a economia americana que deve ver o Produto Interno Bruto (PIB) do país chegar aos 6% este ano, depois de uma queda de 3,4% no ano passado. Essa projeção é do Fundo Monetário Internacional (FMI).

No entanto, essa decisão afeta toda a economia global, especialmente os países emergentes, incluindo o Brasil. Isso porque a redução de compra de títulos pelo Fed faz com que a taxa de juros da economia suba, ficando mais atrativas para os investimentos.

 

“Quando os EUA apertam a política monetária (sobem os juros), fica naturalmente mais difícil para os outros países atraírem esse capital”, diz o economista-chefe da gestora de recursos Quantitas, Ivo Chermont. 

Ou seja, os investidores não aplicarão seus recursos em títulos brasileiros se a taxa de retorno oferecida for igual ou abaixo do título americano.  Isso praticamente “obriga”, não só o Brasil, mas os demais investimentos do mundo a passarem a oferecer taxas mais altas também.

O Brasil é percebido como um país arriscado para investimentos devido aos problemas adicionais que o país enfrenta, como a crise política, institucional e econômica, e a desconfiança quanto ao desequilíbrio das contas públicas. Além da taxa elevada do que nos outros países; o percentual acumulado dos últimos 12 meses está na casa dos dois dígitos. Isso já se reflete nas baixas projeções de crescimento da economia para 2022.

As cotações do câmbio andam junto. As maiores taxas de retorno nos títulos de dívida dos países mais seguros levam os investidores a sacarem recursos de mercados emergentes, para aplicar nos desenvolvidos. Para fazer isso, precisam trocar a moeda local por dólar. A maior demanda pela divisa americana pressiona a taxa de câmbio para cima - antes mesmo de haver essa demanda nas prevalece no mercado de câmbio, como cotações sobe no mercado futuro, também por causa da elevação do risco.

O economista-chefe do banco suíço Julius Baer, David Kohl, dá uma perspectiva mais otimista em relação aos impactos da decisão do Fed na economia brasileira. Ele diz não haver motivos para "temer impasses de capital do Brasil". Os fluxos de capital para países emergentes, como é o caso do brasileiro, já têm sido fracos e o percentual para uma grande reversão é muito baixo. 

O estrategista-chefe da corretora Modalmais, Felipe Sichel, diz que haverá sim consequências negativas para a economia brasileira, mas talvez ela sejam sentidas "de forma menos abrupta e mais diluída no tempo", afirma.

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