Bolsonaro sinaliza incerteza sobre apoio a Tarcísio em meio a articulações políticas e julgamento no STF, diz colunista
Movimentações do ex-presidente em conversas com aliados indicam que ele ainda não decidiu se apoiará o governador de São Paulo para a Presidência, enquanto o julgamento da trama golpista avança

Foto: Reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso em regime domiciliar há um mês e proibido de se comunicar por telefone e redes sociais, tem transmitido sinais contraditórios sobre um possível apoio à candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). As informações são da coluna de Malu Gaspar do jornal O Globo.
Inicialmente, o ex-presidente havia dado aval para que Tarcísio se apresentasse como presidenciável, mas, em conversas recentes com políticos, indicou que poderia não apoiá-lo.
Bolsonaro chegou a apontar a possibilidade de lançar um familiar, como os filhos Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ou Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ainda que ambos estejam fora do país e/ou sob restrições legais.
Ainda de acordo com a coluna, o ex-presidente também demonstrou interesse na votação de uma anistia para presos do 8 de janeiro, mas reclamou da pressa nas articulações lideradas pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI) para consolidar o apoio a Tarcísio antes do fim do julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em outros momentos, Bolsonaro disse aceitar Tarcísio como opção, considerando-o melhor candidato entre nomes da direita como Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Ratinho Júnior (PSD-PR). Fontes próximas afirmam que parte do comportamento do ex-presidente reflete uma estratégia de sondar reações e formar sua própria opinião diante da pressão política e judicial.
O julgamento da tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem Bolsonaro no banco dos réus, intensificou a atuação do Centrão nos bastidores para tentar assegurar o apoio de Bolsonaro a Tarcísio.
Enquanto isso, a indefinição sobre o posicionamento do ex-presidente mantém em suspense decisões sobre candidaturas e sucessão em São Paulo, inclusive sobre a eventual candidatura de Tarcísio à Presidência e sua renúncia ao governo estadual.
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