Brasil busca diálogo com China para reduzir impactos da taxação sobre carne bovina
Ministérios dizem acompanhar o tema e atuar junto ao setor produtivo

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O governo brasileiro informou nesta quarta-feira (31) que mantém diálogo com a China para tentar reduzir os impactos da taxação anunciada pelo país asiático sobre as importações de carne bovina. A medida prevê a aplicação de uma tarifa adicional de 55% sobre os volumes que ultrapassarem as cotas anuais estabelecidas para os países fornecedores, entre eles o Brasil.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) afirmou que acompanha o tema “com atenção” e atua de forma coordenada com o setor privado, tanto em tratativas bilaterais quanto no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), com o objetivo de preservar os interesses dos produtores e trabalhadores da cadeia pecuária.
Segundo o MDIC, o setor pecuário brasileiro tem contribuído de forma consistente para a segurança alimentar da China, com produtos considerados sustentáveis, competitivos e submetidos a rigorosos controles sanitários.
Também nesta quarta-feira, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que a taxação anunciada pelo governo chinês não é “tão preocupante”, uma vez que o Brasil ampliou mercados internacionais para a carne bovina nos últimos anos.
“Neste governo do presidente Lula, abrimos 20 mercados para carne bovina por todo o mundo, além de ampliações em mercados que já estavam abertos”, disse o ministro.
De acordo com Fávaro, a medida chinesa já vinha sendo sinalizada pelas autoridades do país asiático, que alegam a necessidade de proteger os produtores locais. O ministro avaliou ainda que o Brasil está relativamente preparado para lidar com restrições comerciais, especialmente após a diversificação dos destinos das exportações.
O governo chinês anunciou que, a partir de 2026, será aplicada uma cota global de importação de carne bovina de 2,7 milhões de toneladas, com previsão de aumento gradual nos anos seguintes. O Brasil ficou com a maior fatia entre os fornecedores, com cerca de 1,1 milhão de toneladas por ano.}
Caso as exportações ultrapassem esse limite, o volume excedente será taxado em 55%. A medida começa a valer nesta quinta-feira (1º), terá duração de três anos e será aplicada a todos os países exportadores, o que, segundo o governo brasileiro, não coloca o Brasil em desvantagem competitiva em relação a outros fornecedores.


