Brasil e China avançam em estudos para corredor ferroviário ligando Atlântico ao Pacífico
Estudos técnicos devem avaliar viabilidade de corredor que unirá o Brasil ao Pacífico por via ferroviária, com acesso pelo porto de Chancay
Foto: © Michel Corvelo/MT
Brasil e China firmaram nesta segunda-feira (7), em Brasília, um acordo para dar início aos estudos do corredor ferroviário bioceânico que pretende ligar os oceanos Atlântico e Pacífico, integrando a infraestrutura ferroviária brasileira ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru.
O memorando foi assinado no Ministério dos Transportes e prevê que os estudos sejam realizados pela Infra S.A., estatal vinculada ao ministério, e pela China Railway Economic and Planning Research Institute. O corredor será construído a partir das ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico), que se conectam à Ferrovia Norte-Sul em Mara Rosa (GO), alcançando Lucas do Rio Verde (MT), ponto de onde partirá a futura Ferrovia Bioceânica até o Peru.
O projeto integra as Rotas de Integração Sul-Americana, plano prioritário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com o objetivo de conectar rodovias, ferrovias e hidrovias para facilitar o comércio exterior com países vizinhos. Segundo o governo federal, toda a extensão da futura ferrovia já conta com rodovias integradas entre Brasil e Peru, ligadas por estradas como a BR-364, BR-317 e a Irsa Sur, facilitando a logística até Chancay, a 70 km de Lima.
“Com este acordo, a China irá aprofundar os estudos sobre a malha ferroviária brasileira, considerando a integração de diferentes modais de transporte e utilizando as obras e os projetos em andamento no país”, informou o Ministério dos Transportes. A avaliação envolverá o desenho do traçado, potencial logístico e pontos de conexão com outros modais, como portos e aeroportos.
A parceria avança em meio aos compromissos firmados na Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro. Em declaração conjunta, os líderes do bloco destacaram a importância de ampliar a infraestrutura de transporte nos países em desenvolvimento. “Reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento de uma infraestrutura de transporte sustentável e resiliente, reconhecendo seu papel crítico no crescimento econômico, na conectividade e na sustentabilidade ambiental”, diz trecho do documento final do encontro.
O porto de Chancay, construído com participação chinesa e inaugurado há três meses, é visto como ponto estratégico para as exportações brasileiras rumo ao mercado asiático, reduzindo prazos logísticos e ampliando a competitividade do Brasil no comércio exterior.
