Brasil sobe três posições e é o sexto país a atrair mais investimentos estrangeiros diretos
ONU destaca que desempenho mundial positivo não deve se manter neste ano

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
De acordo com um relatório divulgado pela Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), na quinta-feira (9), o Brasil avançou três posições e ocupa atualmente o sexto lugar de países que mais atraíram investimentos estrangeiros diretos no último ano.
Segundo os dados do Relatório Mundial de Investimentos, o Brasil recebeu, em 2021, US$ 50,3 bilhões em investimentos estrangeiros. Em relação ao ano anterior, o valor registra uma alta de 78% em relação a 2020, quando o total foi de US$ 28,3 bilhões.
Os números, no entanto, embora positivos, ainda estão abaixo do nível pré-pandemia, de US$ 65,3 bilhões.
A Unctad aponta que os setores mais beneficiados pelos investimentos foram o agronegócio, fabricação de carros, eletrônicos, tecnologia da informação e serviços financeiros.
O valor dos chamados projetos “greenfield” - aqueles que ainda não saíram do papel, também cresceram 35%, já o valor total de acordos de financiamento internacional apresentou alta de 32%.
Um dos projetos citados como "greenfield" é o plano da montadora Bravo Motor para fabricar veículos elétricos, baterias e outros componentes no Brasil, avaliado em US$ 4 bilhões. Nos acordos de financiamento, cita-se o da construção de uma fazenda offshore de geração de energia eólica, que é avaliado em US$ 5,9 bilhões.
Toda a região da América Latina e do Caribe apresentaram um bom resultado, acumulando uma alta de 56% nos investimentos estrangeiros, o que totaliza US$ 134,4 bilhões.
No ranking global, os Estados Unidos ficaram com o primeiro lugar na captação de investimentos estrangeiros, totalizando US$ 367 bilhões, ante US$ 151 bilhões em 2021. Em seguida, está a China (US$ 181 bilhões), Hong Kong (US$ 141 bilhões), Singapura (US$ 99 bilhões), Canadá (US$ 60 bilhões) e Brasil.
Crescimento interrompido
O relatório conclui também a possibilidade de que, com os novos impactos da pandemia, a alta nos juros no mundo, além de um sentimento negativo nos mercados e o potencial de recessão, o crescimento não se mantenha.
"Sinais de fraqueza já estão aparecendo neste ano. Dados preliminares do primeiro quadrimestre apontam uma queda de 21% no anúncio de projetos greenfield, 13% em fusões e aquisições e 4% em acordos de financiamento de projetos”, apontou trecho do documento.
Segundo a projeção, em 2022, os fluxos de investimento estrangeiro direto devem ter tendência de queda ou de estabilidade.