Brasileiros estão entre os menos otimistas com o futuro, diz Unicef
Jovens apresentam pessimismo e problemas com a saúde mental

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Uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgada na última quarta-feira (17), mostra que os jovens do Brasil estão entre os menos otimistas com o futuro. No geral, apenas 31% dos brasileiros na faixa etária entre 15 e 24 anos acreditam que o mundo está melhorando, no ranking geral o país ficou em penúltimo lugar, na frente apenas de Mali, na África Ocidental.
Quando analisados participantes acima dos 40 anos, somente 19% acreditam na melhora do planeta. Na comparação com os dados mundiais, os números daqui são bem mais baixos, já que 57% dos participantes adolescentes e jovens acreditam que as novas gerações viverão em um lugar melhor, e versus 39% dos adultos pensam dessa forma.
A pesquisa feita pelo Instituto Gallup, ouviu 21 mil pessoas, divididos em dois grupos: um de entrevistados de 15 a 24 anos e outro acima dos 40 anos. Os questionários foram feitos entre fevereiro e junho de 2021, nas seguintes nações: Alemanha, Argentina, Bangladesh, Brasil, Camarões, Espanha, Etiópia, EUA, França, Índia, Indonésia, Japão, Líbano, Mali, Marrocos, Nigéria, Peru, Quênia, Reino Unido, Ucrânia e Zimbábue. No Brasil, as entrevistas foram feitas entre 23 de fevereiro e 17 de abril.
Sensações de otimismo
No levantamento, o Unicef perguntou também a opinião dos participantes sobre os possíveis responsáveis pelas sensações de otimismo e pessimismo. Quando questionados sobre a saúde mental, os mais novos relataram maior incidência de problemas em comparação com os adultos.
Na faixa etária mais baixa, 36% se sentem frequentemente nervosos, preocupados ou ansiosos, e 19% se sentem deprimidos ou com pouca vontade de fazer atividades cotidianas. Entre os adultos, foram 30% e 15%, respectivamente.
No Brasil, os números também são maiores: 48% dos adolescentes e jovens (41% dos meninos e 54% das meninas) se sentem frequentemente nervosos, preocupados ou ansiosos, e 22% dos adolescentes e jovens (15% dos meninos, 28% das meninas) dizem se sentir muitas vezes deprimidos ou com pouca vontade de fazer atividades cotidianas, versus 39% e 11% respectivamente dos adultos.
O levantamento revelou, ainda, que adolescentes e jovens são mais propensos do que os adultos a se ver como cidadãos globais e defender a cooperação internacional para enfrentar ameaças como a pandemia. Em quase todos os países pesquisados, a grande maioria dos jovens relatou que seus países estariam mais seguros se os governos trabalhassem em coordenação com outros países, em vez de sozinhos.