Cármen Lúcia questiona advogado de Ramagem: 'Sabe a diferença entre voto auditável e impresso?'
Magistrada exemplificou diferenças existentes entre dois tipos de votos

Foto: Gustavo Moreno/STF
A ministra Cármen Lúcia rebateu o advogado do deputado Alexandre Ramagem nesta terça-feira (2), durante o julgamento da trama golpista na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O tema debatido foi o voto impresso.
Na fala, o defensor Paulo Cintra se referiu a voto impresso e voto auditável como sinônimos.
Cármen disse que o advogado utilizou "com muita frequência" voto auditável como sinônimo de voto impresso.
"Vossa Senhoria sabe a distinção entre processo eleitoral auditável e voto impresso, porque repetiu como se fosse sinônimo e não é, porque o processo eleitoral é amplamente auditável no Brasil, passamos por uma auditoria e para que não fique para quem assiste a ideia de que não é auditável. Uma coisa é a eleição com processo auditável, outra coisa é o voto impresso", afirmou a ministra.
Ao longo das investigações da trama golpista, existiram comentários dos investigados defendendo o voto impresso, uma pauta antiga levantada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Depois do advogado se referir ao tema, a ministra disse existir diferenças em relação ao voto impresso e assegurou que o processo eleitoral atual é auditável.
Cármen Lúcia ainda disse não ser possível utilizar as duas expressões como sinônimos pois, no contexto da investigação, isso aconteceu. A ministra mais uma vez apontou a diferença.
"Uma coisa é a eleição com processo auditável, outra coisa é o voto impresso. O que se fez foi o tempo todo dizer que precisava de voto impresso, que tem a ver com o segredo do voto, a lisura e a rigidez do direito de cada cidadã e cidadão votar só de acordo com o que ele pensa e ninguém saber disso".
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