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Centenário de Mãe Stella de Oxóssi: legado da Ialorixá é enaltecido com criação de Instituto

Evento na Academia de Letras da Bahia celebrou o trabalho social e educacional da líder religiosa

Por Inara Almeida
Ás

Atualizado
Centenário de Mãe Stella de Oxóssi: legado da Ialorixá é enaltecido com criação de Instituto

Foto: Farol da Bahia

Uma ode ao axé e à educação marcaram a celebração do centenário de Mãe Stella de Oxóssi na Academia de Letras da Bahia (ALB), em Salvador, nesta sexta-feira (2). Além de homenagear a Ialorixá, um dos maiores símbolos da luta contra o racismo religioso no Brasil, o evento marcou o lançamento do Instituto Mãe Stella de Oxóssi e a assinatura do Protocolo de Intenções com a ALB.

Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi, morreu em dezembro de 2018, aos 93 anos, após ficar 15 dias internada em um hospital em Santo Antônio de Jesus, no interior da Bahia, para tratar uma infecção urinária, que causou insuficiência renal crônica associada a hipertensão arterial sistêmica. Iniciada aos 14 anos de idade para Oxóssi, ela viveu 80 anos dentro do Candomblé, guiada no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá – casa que chegou a liderar por mais de 40 anos.

Iniciado com o toque dos alabês para Oxóssi, o centenário contou com a presença de amigos, familiares, admiradores, acadêmicos e representantes religiosos e políticos, como a vereadora Marta Rodrigues (PT), Mãe Suely Melo, coordenadora do projeto Mãe Stella 100 anos, a reitoria da Universidade do Estado da Bahia, a profª Drª Adriana Marmori, o Diretor Geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, Marcelo Lemos de Filho e a Chefe de Gabinete da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (SEPROMI), Daniele Costa.

Adriano Azevedo, presidente do Instituto, sobrinho da Ialorixá e grande propagador da sua contribuição para o candomblé e a cultura brasileira, em entrevista ao Farol da Bahia, detalhou as frentes de atuação do projeto - que tem como principal objetivo manter o legado de Mãe Stella.

"O Instituto rege, sobretudo, uma assistência social que abrange qualquer pessoa sem nenhum tipo de distinção, jovens, crianças, adultos, mulheres, em situação de vulnerabilidade, de situação de violência doméstica, crianças em situação de risco, jovens em situação de risco. Então, o objetivo é levar o intento de Mãe Stella, o legado de Mãe Stella, dentro deste contexto educacional e cultural", disse.

Imortal na ALB

Primeira Ialorixá imortal na Academia de Letras da Bahia, a sacerdotisa foi eleita por unanimidade para ocupar a cadeira 33, cujo patrono é o poeta Castro Alves, em 2013, e publicou nove livros, entre eles "Meu tempo é agora" e "Òsósi – O Caçador de Alegrias". 

Para o escritor e professor Aleilton Fonseca, presidente da ALB, é uma honra prestar homenagens a Mãe Stella de Oxóssi.

"O Centenário de Mãe Stella de Oxóssi é um marco na nossa memória cultural, pelo que ela representa como líder religiosa de matriz africana e escritora que valoriza o imaginário e a ancestralidade do povo baiano."

Adriano Azevedo lembra ainda outras contribuições da sacerdotisa para a educação, como a construção de uma biblioteca em seu terreiro, além de projetos culturais de dança, capoeira e percussão não apenas para a comunidade de axé, mas para os moradores de bairros adjacentes.

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