Cesta básica compromete fatia maior da renda das famílias, aponta pesquisa
No entanto, preços dos alimentos disparam e renda não acompanha

Foto: Agência Brasil
Um levantamento do g1, divulgado nesta sexta-feira (23), mostra que a renda dos trabalhadores brasileiros não tem acompanhado a escalada de preços. Mesmo quando os salários são reajustados pela inflação, a defasagem continua porque os alimentos têm subido acima dela desde a pandemia. Os dados mostram que, enquanto a renda média do brasileiro subiu 19,7% em três anos, os alimentos ficaram 41,5% mais caros.
Veja o que o levantamento diz:
-Em outubro de 2019, o rendimento médio mensal do trabalho era de R$ 2.301
-Em outubro de 2022, esse rendimento era de R$ 2.754 – uma alta de 19,68%
-No intervalo entre esses meses, a inflação ficou em 22,45%
-Já os alimentos subiram 41,5%
Isso comprova que a cesta básica vem comprometendo uma fatia maior da renda das famílias. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 43,8% do salário mínimo era comprometido com a compra da cesta básica em outubro de 2019. Neste ano, essa fatia cresceu para 58,78%.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre, a inflação dos alimentos tem sido praticamente o dobro da inflação média, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nos acumulado em 12 meses até novembro deste ano, o IPCA ficou em 5,90%, enquanto os alimentos subiram 11,84%.


