Com inflação alta, renda do brasileiro cai 10%

Essa é o quarto semestre seguido de queda de renda na comparação anual

Por Da Redação
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Com inflação alta, renda do brasileiro cai 10%

Foto: Reprodução/Getty Images

De acordo com um levantamento realizado pelo pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Daniel Duque, a renda média domiciliar per capita (por pessoa) dos brasileiros foi de R$ 1.065 no primeiro semestre deste ano. Ou seja, uma queda de 10% em relação à média, que é de R$ 1.185 de igual período de 2020. 

Essa é o quarto semestre seguido de queda de renda na comparação anual. A maior redução foi vista no segundo trimestre de 2020, com recuo de 12%. No terceiro e quarto, também em 2020, a retração foi de 11%.

Apesar do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado no início deste ano, a queda da renda continuou. Entre janeiro e março, a economia cresceu 1,2%, em relação ao quarto semestre, segundo apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O levantamento do pesquisador do Ibre-FGV, realizado com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE, considera o rendimento efetivamente recebido pelas pessoas em todos os trabalhos por elas exercidos.

No entanto, desconsidera outras fontes de renda, como benefícios sociais, aposentadorias e pensões e rendimentos de aluguel, pois esses dados só são divulgados ao fim do ano com a publicação do Pnad Anual. 

Segundo o boletim Salariômetro da Fipe-USP (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), de janeiro a abril deste ano, 61,6% das negociações salarias coletivas entre patrões e empregados resultaram em reajustes abaixo da inflação.

Um total de 25,4% dos acordos coletivos repuseram a alta de preços e apenas 13% das negociações resultaram em reajustes acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), indicador que é referência para os reajustes salariais.

Até março, o INPC acumulou alta de 6,94% em 12 meses. E a situação piorou nos meses seguintes, com o índice acumulando avanço de 8,90% até maio, conforme divulgado na quarta-feira (09) pelo IBGE.

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