Concessionárias rejeitam acordo e cobram valor bilionário da Ford

O encerramento da produção de veículos da Ford no Brasil ganhou mais um capítulo nesta sexta-feira (22). Dez dias depois comunicar o fim da fabricação de carros no país, a empresa foi notificada por sua rede de concessionários que não aceitou a proposta inicial de indenização oferecida pela marca. A rede, que atualmente conta com 283 concessionários, está estimada em R$ 1,5 bilhão, segundo a Associação Brasileira dos Distribuidores Ford (Abradif). 

A expectativa dos concessionários é receber um valor superior a esse como indenização pela rescisão. Eles exigem que o ressarcimento esteja de acordo com garantias previstas em lei, como a recompra de todo ferramental e também do estoque de veículos e gastos com reformas, aluguéis, material de PDV, treinamentos e propaganda, entre outros itens que ficaram fora da proposta apresentada.

Dos atuais 283 distribuidores, a estimativa é de que a marca continua a operar com uma quantidade entre 120 e 130 concessionários em sua nova fase como importadora de veículos. Quem restar, de acordo com um distribuidor consultado pelo UOL, terá um faturamento de cerca de 20% do que tinha até agora, ao trabalhar apenas com produtos importados, que possuí o preço elevado.

Outro temor dos concessionários é que em um futuro próximo, a Ford decida encerrar até as operações como importador no país. O que afetaria concessionários que mantiverem as lojas e que, por isso, receberiam indenização 80% menor o que receberia agora. Por isso, a Abradif exige que mesmo as revendas que permanecerem abertas tenham um encerramento de contrato e a criação de um novo, colocando a  Ford na condição de Importadora.