Conflito entre Ucrânia e Rússia aumenta incerteza e preços nas Américas
América Latina enfrenta riscos econômicos 'excepcionalmente altos', diz FMI

Foto: IMF/Henrik Gschwindt de Gyor
O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta semana que, apesar da economia da América Latina e do Caribe ter possibilidade de crescer 2,5% neste ano, o conflito entre Ucrânia e Rússia aumentou a incerteza e fez os preços dispararem nas regiões.
De acordo com uma análise conjunta do diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Ilan Goldfajn, com o diretor adjunto, Jorge Roldós, e o economista sênior, Santiago Acosta-Ormaechea, o impacto está sendo sentido na América Latina por meio da inflação mais alta, que afeta a renda real, principalmente dos mais vulneráveis.
Os especialistas afirmam, ainda, que as autoridades estão reagindo ao desafio com o aperto na política monetária e a adoção de medidas que minimizem a pressão. Eles alertam, no entanto, para outros riscos. Um deles diz respeito a uma possível escalada da guerra que, de acordo com a análise, poderia vir a provocar dificuldades financeiras no mundo e condições financeiras mais restritivas para a região.
O atual processo de aperto da política monetária nos Estados Unidos, com o Banco Central americano adotando uma postura mais intensa de combate à inflação, poderia atingir as condições financeiras globais. Para os especialistas do FMI, a elevação dos custos de financiamento internos e internacionais deve acelerar a saída de capitais e representar um desafio para a América Latina, devido às grandes necessidades de financiamento público e externo de alguns países.
Regiões
Por regiões, a América do Sul crescerá 2,3% este ano e, no caso de América Central, Panamá e República Dominicana, 4,8%. Sobre o Caribe, o Fundo faz uma distinção entre as economias dependentes do turismo, duramente atingidas pela pandemia, com 3,2%, e as exportadoras de matérias-primas (Guiana, Suriname e Trinidad e Tobago), que terão melhor desempenho, com 20,2%.