Covid-19 já pode ser considerada uma endemia, afirma secretário de Saúde do RJ
Capital fluminense liberou a população de medidas restritivas como o uso de máscaras

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, afirmou na sexta-feira (11) que a Covid-19 já pode ser considerada uma endemia. Além disso, ele afirmou que é improvável que a doença seja erradicada.
Recentemente, a cidade retirou a maioria das medidas restritivas de prevenção à doença, como o uso de máscaras em locais fechados, mantendo apenas a exigência de passaporte vacinal para o acesso a ambientes fechados. 

"A gente já pode considerar a pandemia de covid-19 como uma endemia, uma doença que vai estar presente ao longo do tempo", disse Soranz, em entrevista à Agência Brasil e à Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
"A pandemia, agora, já virou uma endemia. Ela se mantém ao longo de um tempo muito grande. Se não aparecer nenhuma nova variante, como aconteceu com a variante Ômicron, a gente vai ter um cenário de muito mais normalidade nos próximos dias", seguiu.
Dose de reforço
Mesmo positivo em relação ao cenário epidemiológico, o secretário alertou para que os 670 mil cariocas que estão com a dose de reforço atrasada busquem os postos para completar o esquema vacinal.
"O que a gente sabe hoje é que as pessoas vacinadas têm um risco muito pequeno de adoecer gravemente e ir a óbito, mas é importante que elas saibam que a proteção vacinal não dura para sempre, ela dura determinado tempo. Quem fez a sua segunda dose com ao menos quatro meses precisa fazer a dose de reforço, ela é essencial para essa proteção", explicou. "A gente viu que a dose de reforço protege muito, tem uma capacidade de proteção muito superior à segunda dose. Fica nosso apelo aos cariocas".
De acordo com Soranz o Rio chegou a uma taxa de positividade de apenas 1,4% nos testes de Covid-19, o que significa que há uma média de menos de dois testes positivos em cada 100 realizados. Além disso, a cidade está com uma taxa de transmissão de 0,31, o que indica que 100 casos de covid-19 transmitem a doença para apenas 31, causando uma redução no número de infectados.
No entanto, a prefeitura segue preocupada com as pessoas que não completaram o esquema vacinal ou não se vacinaram. A exigência do passaporte vacinal só deve ser suspensa quando a cidade atingir 70% da população adulta com a dose de reforço. Atualmente, o percentual está em 55%.
"[Algumas pessoas] estão adoecendo gravemente e muitas delas demandando serviços hospitalares. Então, a gente precisa muito que elas continuem a se vacinar, acreditem na vacina e continuem a proteger suas vidas e as vidas das pessoas que as cercam", disse.
Carnaval
Após o cenário de queda se manter mesmo com as aglomerações registradas no carnaval, o secretário de Saúde espera que os desfiles na Marquês de Sapucaí, marcados para abril, aconteçam sem problemas.
"O carnaval não foi um problema na data original, mesmo com as aglomerações, e a gente espera que o carnaval na Sapucaí aconteça normalmente, que as pessoas possam voltar a ser felizes, estar juntas e voltar um pouco o jeito carioca de ser", disse ele. "Com esse cenário epidemiológico favorável, a gente tem muita segurança de que dá para fazer [o carnaval], desde que os cariocas continuem a se vacinar e a tomar a dose de reforço", afirmou.
Além disso, ele pondera que as medidas de restrição podem voltar caso haja o surgimento de alguma nova variante que mude o cenário epidemiológico. "Temos sempre que estar acompanhando qualquer mudança de cenário no Brasil e no mundo, e, se necessário, mudar as medidas restritivas. Mas, nesse momento, a gente tem um cenário muito positivo, de queda permanente", concluiu.


