Déficit das estatais federais atinge recorde e chega a R$ 6,3 bilhões no acumulado de 2025
Resultado é o pior desde 2009 e é pressionado por investimentos e pela crise financeira dos Correios

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
As estatais federais acumularam um déficit de R$ 6,3 bilhões entre janeiro e novembro deste ano, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Banco Central (BC). O resultado é o pior já registrado para o período desde 2009, ano em que a metodologia passou a excluir grandes companhias como Petrobras e Eletrobras do cálculo.
Essas empresas deixaram de integrar o indicador por operarem sob regras diferenciadas, mais próximas às de companhias privadas de capital aberto. Desde então, o levantamento considera apenas as demais estatais federais.
O governo federal atribui parte do aumento do déficit à ampliação dos investimentos realizados por essas empresas ao longo do ano. Ainda assim, o desempenho negativo de companhias em crise, como os Correios, contribuiu de forma significativa para a piora do resultado.
No mesmo período de 2024, o déficit das estatais federais havia sido de R$ 6 bilhões. Já entre janeiro e novembro de 2023, o saldo negativo foi bem menor, de R$ 343 milhões. Em anos anteriores, como 2022 e 2021, o resultado foi superavitário, com saldos positivos de R$ 4,5 bilhões e R$ 3,2 bilhões, respectivamente.
Crise dos Correios
O caso dos Correios tem peso relevante nesse cenário. Na segunda-feira (29), o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, afirmou que a empresa precisará de mais R$ 8 bilhões em 2026 para enfrentar a crise financeira. Segundo ele, a forma de captação desses recursos ainda está em estudo e poderá envolver aportes do Tesouro Nacional ou a contratação de novos empréstimos.
Na semana passada, os Correios firmaram um empréstimo de R$ 12 bilhões com instituições financeiras para quitar dívidas e reforçar o caixa. Inicialmente, a estatal pretendia captar R$ 20 bilhões, mas o valor não foi autorizado pelo Tesouro Nacional devido às condições financeiras e à taxa de juros proposta.
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