Editorial
FOTO: Reprodução
Assombrações têm um único lugar onde devem permanecer: no passado, e naquele passado conjugado no pretérito perfeito do indicativo. O Ato Institucional n° 5 morreu. Enterrado, é desconexo com a democracia em curso desde o fim da Ditadura Militar.
O famigerado e terrível AI-5 não será ressuscitado, nenhum desejo alheio está acima da Constituição da República – é delírio, como rapidamente e sem margem para falatórios pontuou ontem o presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, fica o alerta: a repressão exacerbada que permeou o decreto de Congresso Nacional em 1968 no Brasil, além de ter sido o marco do período mais sombrio da ditadura, não é resposta ou intimidação a qualquer suposta oposição que o governo venha a enfrentar, ainda mais no campo de uma suposta insatisfação popular extrema.
Trazer um assunto tão sensível à tona, que ainda é traumático para centenas de pessoas impactadas pelos horrores da truculência policial liberada e aplaudida pelo AI-5, é estarrecedor e contrário ao momento em que se encontra o Brasil, com um Congresso em harmonia com o Executivo, importantes reformas avançando e outras sendo preparadas, em paralelo a uma positiva visita diplomática de Bolsonaro à Ásia e Oriente Médio.
São mais de 50 anos e muita história que separam a emissão do assombroso AI-5 do Brasil de hoje, onde o terror é apenas uma mancha e uma amarga lembrança de tempos que jamais devem ser reanimados. O Brasil de 2019, e principalmente o de 2020, deve seguir apartado de ameaças pueris de memórias brutais que envergonham o país.
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