Desarmar a desinformação

Educação midiática é a preparação dos leitores das redes socais e das mídias para o mundo conectado de hoje. É preparar o leitor para leitura crítica das notícias, para analisar a produção e conhecer como as notícias são construídas.

Nos dias atuais, é importante compreender como se constrói notícias e, claro, identificar por si mesmo o erro jornalístico da fake news. A notícia falsa é construída, é preparada, é planejada. Ela tem uma linguagem respeitosa à estrutura jornalística, tem esse verniz jornalístico, justamente para cativar o leitor.

As fake news tem graus e nesse contexto pode ser colocada a desinformação. Por exemplo, um fato que aconteceu, mas é retirado do seu contexto; títulos apelativos usados para cativar o emocional do leitor e que não condizem com o texto, além de imagens que são usadas como chamarisco e que também não condizem com o texto.

Para evitar a desinformação, não leia apenas o título, mas a notícia inteira, verifique se a notícia tem mais de uma fonte e quem são os entrevistados. Verificar, também, a autoria dos textos e se a publicação é assinada. O jornalista precisa e deve ter voz, assinar matéria – hoje o toque autoral é um ganho tremendo do ofício, o que antes poderia ser interpretado como imparcialidade genérica.

A guerra híbrida é uma estratégia feita para lidar com o psicológico das pessoas e vai se beneficiar das redes sociais para prejudicar alvos indiretos. A notícia falsa sempre existiu, mas agora existe um projeto arquitetado para que esse tipo de notícia ganhe força de munição. 

E apenas o leitor poderá desarmá-la. Um caminho é, então, a educação midiática, que prepara as pessoas para serem usuárias das redes, informar os receptores da informação e também formar as pessoas que compartilham essas informações para que elas sejam ‘reprodutoras de conteúdo conscientes’.