Deslocamento e comércio

O isolamento social recorrente da pandemia da covid-19 trouxe mudanças no padrão geográfico de consumo. Muito, consequentemente, por causa da redução da atividade comercial e de restrições de deslocamentos entre municípios. 

Um recente levantamento do IBGE escancarou as andanças, aliás, viagens, de pessoas às cidades que funcionam como polos comerciais para compra de roupas, calçados, móveis e eletroeletrônicos. As distâncias explicam, um pouco, o desespero de hoje em furar quarentena ou aproveitar cada brecha da flexibilização para se jogar nas ruas. 

A pesquisa mostra que o deslocamento médio dos brasileiros que precisaram sair de seu município para comprar eletroeletrônicos e móveis foi de 73 km. Já para adquirir vestuário e calçados, essa média aumenta para 78 km. Ou seja, sem o decreto do perigo letal do vírus e decretos governamentais para tentar controlar sua disseminação, era comum uma viagem de até 1h30, aproximadamente, para sair às compras. 

As cidades que são destinos recorrentes para realização de compras dos itens investigados pela pesquisa certamente sofreram redução de vendas específicas durante esse período, em razão de receberem menos consumidores do que o habitual. É um fato. Apesar da prudência em evitar o deslocamento intermunicipal, ao menos neste momento, é hora dos consumidores entenderem que o comércio ainda funciona por meio de compras online. A covid-19 não interditou a internet, pelo contrário, forçou a abertura de novos caminhos para a humanidade continuar.