Dia do Patrimônio Histórico

[Dia do Patrimônio Histórico]

FOTO: Reprodução

É comemorado neste 17 de agosto o Dia do Patrimônio Histórico Nacional, cuja pertinente reflexão é a maneira democrática e sensível de se buscar salvaguardas das memórias, costumes, sabores e valores do povo brasileiro. Uma discussão atemporal, que constantemente tenciona a relação do ser humano com o meio em que vive para que o presente – e o futuro – seja sempre norteado por um passado significativo e ilustrativo.

Sem dúvida é uma data a se comemorar na Bahia e em todo o país onde as políticas públicas de preservação do patrimônio (material ou imaterial) são avançadas e que é modelo inclusive para outras nações que lutam para manter a história viva.
A Bahia, a terra dos patrimônios imateriais, tem manifestações culturais, como a capoeira e o samba de roda, que são reconhecidas e tombadas pela Unesco e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). E estão devidamente registradas tanto pela importância local como devido aos papéis que exercem na narrativa que explica a formação da sociedade brasileira. Extrapolaram as fronteiras baianas com o passar dos anos e são também praticadas e lembradas em outros estados.

A existência do Iphan, por si só, é digna de registro. O órgão que cuida de todos os trâmites legais relacionados à preservação do patrimônio cultural nasceu em 1937, a partir de uma ideia concebida por um grupo de intelectuais durante a polivalente e essencial Semana da Arte Moderna de 1922. Ali foi o ponto de partida da necessidade em se criar instrumentos jurídicos de preservação e, por consequência, edificar um órgão para tomar a frente desta iniciativa.

Tombamentos de patrimônios materiais, chancelados pelo mesmo Iphan, foram e ainda são ferramentas pontuais para frear os processos de urbanização que passavam por cima da memória, se preciso, destruindo coisas físicas (monumentos, casarões, documentos e até cidades) que conseguem contar a história da formação da sociedade brasileira. O que seria da Bahia de 2019 sem o Mercado Modelo, sem a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco ou sem o terreiro da Casa Branca do Engenho Velho?

Vale igualmente exaltar a existência do registro dos patrimônios imateriais, um mecanismo mais novo, dado na Constituição de 1988. É uma salvaguarda centrada não em artefatos ou espaços físicos, mas sim no ser humano que pratica cultura. É uma política inovadora centrada nas práticas criadas e recriadas pela sociedade, como o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, ou o acarajé e a Festa do Senhor do Bonfim.
 
O registro garante a continuação, engaja a população e promove a reflexão sobre as demandas de quem pratica tal manifestação cultural para que nunca morra, pelo contrário, cresça e seja interessante a novas gerações ou públicos distintos.

Por isso, é importante inserir a discussão do patrimônio material e imaterial nas escolas, por exemplo, além de fomentar a valorização dos chamados mestres, fazer com que os governos deem os devidos suportes àqueles que detêm conhecimento; e cobrar do poder público a manutenção de construções históricas. O patrimônio, sem dúvida, é a relação do homem com o mundo que ele cria e que ele continua criando para a posteridade.


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