Editorial
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Uma vida indecente pavimentada por ilicitudes, trambiques, tramoias, crimes ou como queira chamar a corrupção, afinal, o que agita os ânimos de políticos, servidores e empresários que já recebem altos salários e sustentam a si mesmo e suas respectivas famílias com conforto a almejarem cada vez mais? Não é teoria do submundo ou meras suspeitas: corromper é, sim, um estilo de vida para muitos agentes da esfera pública e privada, um ciclo vicioso em que o único combustível possível é o dinheiro.
A indecência escancarada do alto escalão, apesar de um objetivo bastante definido (beneficiar-se financeiramente em negociações ou simplesmente receber uma boa quantia para permitir a corrupção), é complexa na sua estrutura e deveras passível de reflexões – inclusive filosóficas e históricas.
O jogo das persuasões, tratativas e intimidações é sempre contornado por um modus operante vil e é predador, afinal, geralmente acontecem entre grupos, entre agentes sociais de distintas esferas: empresários que tentam corromper políticos para, juntos, num grande esquema, pulverizar os rastros da sujeira e aumentar a cortina vilipendiosa para chancelar o “crime perfeito”.
Somente os tantos casos de corrupção desvendados e desmantelados pela Operação Lava Jato, recém-renovada para mais um ano, já são o bastante para mostrar a ingenuidade do filósofo grego Sócrates, que disse: “É muito mais fácil corromper do que persuadir”. Aqui, a corrupção já vem embutida na tentativa de persuasão, para encurtar o caminho, mesmo.
No entanto, nem mesmo tamanha indecência entre políticos e empresários consegue anular uma frase até bem famigerada, dita por Montesquieu, um dos principais nomes do Iluminismo. “A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios.” Eis a epígrafe que todos os indecentes merecem.
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