Crianças não são consideradas grupo de risco para contágio da covid-19 e, exatamente pela maioria delas serem assintomáticas, o retorno às aulas devem ser um movimento meticulosamente pensado e em sintonia com os pais ou responsáveis.
É, inclusive, o que aponta uma pesquisa divulgada semana passada sobre reabertura bem-sucedida de escolas no exterior. De acordo com o levantamento, realizado pela consultoria Vozes da Educação, o resultado satisfatório em unidades que estreitaram comunicação com os pais, integraram os professores neste debate e reforçaram as medidas de sanitarização para legitimar estarem prontas para receber as crianças com segurança.
A criança é, por certo, a única classe da sociedade que fez a quarentena corretamente. Teve aulas online, de suas casas, foi privada de brincar fora do lar e foi protegida pela família de locais que potencial para a transmissão do vírus. Devolvê-la ao ambiente escolar requerer um preparo especial, com todos envolvidos.
No contexto do Brasil, existem prós e contras para o retorno. Tem o lado bom, o mental, o convívio com professores e amigos, sair de casa, é benéfico e necessário. O que é questionável é se as escolas estão preparadas e se as próprias crianças estão preparadas para uma nova escola, a sem abraços e de máscaras, por exemplo.
É um debate que precisa levar em conta, também, a necessidade de pais em, o quanto antes, poder ter os filhos na escola por causa de demandas do trabalho. Os pais têm que sair, trabalhar, às vezes deixam filhos com outras pessoas e nem sempre estão à vontade com isso, enquanto outros dependem da merenda.
E em um eventual retorno, independente de quando, toda criança deve voltar à escola com o calendário vacinal em dia. Sempre vale lembrar que as doenças que diminuíram, erradicadas, podem voltar.