Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, nas eleições deste ano, mulheres de 35 a 59 anos com ensino médio completo compõe a maior parte do eleitorado. O público feminino representa 56,1% do eleitorado com ensino médio completo, contra 43,8% dos homens.

Com 52,8% dos eleitores, o público feminino é maioria em quase todos os recortes por região e escolaridade, ate 47,1% dos homens. Quando se trata do ensino superior completo, as mulheres representam 60,8% do eleitorado contra 39,1% dos homens. Entre os que têm nível superior incompleto, o público feminino é 55,2% do total, enquanto os homens representam 44,7%.

O jogo vira, entretanto, quando o recorte de escolaridade é o nível fundamental incompleto: homens são 50,6% deste eleitorado ante 49,2% do público feminino. Para Maria do Socorro de Sousa Braga, professora da Universidade Federal de São Carlos e especialista em instituições e comportamento político, as mulheres são um eleitorado que cresce e "está se organizando na busca de representação política".

Para a cientista, no entanto, a análise isolada dos dados não expõe o cenário real do eleitorado e é necessário cruzar variáveis. "Existe uma diversidade regional grande e um recorte econômico importante, mesmo quando se divide o eleitorado por gênero. Mas é possível dizer que as mulheres são um grupo que, no geral, tem interesses diferentes dos homens. Elas tendem, por exemplo, a se colocar contra políticos que já foram violentos em suas narrativas e são mais sensíveis aos programas de governo que atendem questões sociais", explica.