Eleições municipais: adiar é quase consenso
Confira o editorial desta terça-feira (23)
No momento em que o Brasil está a mercê da pandemia da covid-19, com perspectivas rasas e mínimas para uma mudança de panorama a curto prazo, preparar o país para as eleições municipais de 2020, em outubro, não condiz com a realidade.
As mudanças teriam que ser em proporções estratosféricas e em pouco tempo, tendo que viabilizar à exaustão e ter profundo afinco em tudo que diz respeito à segurança higiênica da engrenagem – uma cadeia que mobiliza muita gente, que tem nas pontas o eleitorado e os candidatos. Além disso, é preciso dar segurança jurídica para todo o processo.
Não se trato de desacreditar na capacidade de mobilização de órgãos competentes e sociedade para fazer acontecer, apesar de um resultado positivo e rápido ser, sim, bem questionável; é entender que existe o fator de uma doença que se dissemina pelo país e é, ainda, incontrolável – muito também porque considerável parcela da população descumpre o isolamento social e, a cada dia, se vê mais pessoas nas ruas sem máscaras.
No Congresso, vejam só, parece consenso que não é mais possível realizar o primeiro turno desse pleito no dia 4 de outubro, e será louvável que o exemplo de precaução parta mesmo da classe (o dos políticos) mais interessada pelo tema em debate.
A questão agora, segundo o relator da proposta de adiamento, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), é o fechamento das datas do primeiro e do segundo turno entre novembro e dezembro, mas de olho em dois prazos: na data limite de 27 de dezembro para a realização de eleições suplementares em municípios que tenham as eleições suspensas devido à pandemia, e no vencimento, a partir da próxima semana, dos prazos eleitorais para desincompatibilização de comunicadores e de servidores públicos.