Em 2019, falta de água e esgoto matou sete brasileiros por dia

Um estudo do Instituto Trata Brasil divulgado nesta terça-feira (5) aponta que a falta de saneamento básico gerou mais de 270 mil internações no Brasil em 2019. De acordo com o levantamento, estes problemas resultaram também em mais de 2,7 mil mortes, isto é, uma média de sete pessoas morreram por dia no Brasil em 2019 por causa da falta de acesso a água tratada e esgoto.

O número de internações representa um aumento de 12% em relação ao ano anterior (2018) que teve pouco mais de 240 mil internações. É a primeira vez em 10 anos que uma alta ocorre.

As internações em 2019 também geraram um gasto de R$ 108 milhões para os cofres públicos do país. A região que mais gastou com esse público de pacientes foi o Nordeste com despesas de quase R$ 43 milhões.

A região Norte é a que tem a pior incidência de internações, com 23 casos a cada 10 mil habitantes; é também a região com os piores índices de saneamento do país. Seguida do Nordeste com 20 casos para cada 10 mil habitantes e somente 28% da população com acesso a esgoto tratado. 

A falta de saneamento básico leva as pessoas a serem hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica - quem tem a água como um importante meio de transmissão -, como diarreias, malária, dengue, leptospirose, entre outras. 

"As doenças mais ligadas à falta de saneamento básico provêm muitas vezes da ingestão da água imprópria, que não é potável, ou com contato com esgoto", explica o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos. "São doenças muito antigas, que existem há décadas no Brasil e que ainda continuam vivas, mesmo depois de tanto tempo e mesmo já tendo remédios consagrados", completa o presidente executivo. 

O estudo foi feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e do DataSus, portal do Ministério da Saúde que acompanha os registros de internações, óbitos e ocorrências relacionadas à saúde da população brasileira.