Emissões de gases de efeito estufa de usinas termelétricas cresceram 75% no Brasil em 2021
IEMA divulga inventário de termelétricas fósseis com dados inéditos de 2021

Foto: Reprodução/Agência Brasil
O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), divulgou na última semana, um estudo que apontou o crescimento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no ano de 2021, um aumento de 75% em relação aos números do ano anterior. As 82 usinas movidas a combustíveis fósseis listadas no 2º Inventário de Emissões Atmosféricas em Usinas Termelétricas emitiram 55,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e)
“O crescimento foi alto devido à crise hídrica de 2021, que prejudicou a geração hidrelétrica e fez o setor elétrico brasileiro acionar ainda mais as termelétricas emissoras. Em 2020, as emissões foram menores: de 31,7 milhões de toneladas de CO2e”, conta Raissa Gomes, uma das autoras do estudo. “Independentemente de crises hídricas, o aumento de emissões é uma tendência que deve continuar, pois cada vez mais termelétricas entram na matriz elétrica brasileira”, alerta Felipe Barcellos e Silva, também autor do trabalho.
Além do problema de gestão da crise hídrica, o estudo aponta que o governo federal incentivou e formalizou a contratação de termelétricas atuando em tempo integral – e não apenas como maneira de substituir o acionamento de hidrelétricas em momentos de crise e de reservatórios de água em baixa. Nesse contexto, como já mencionado, 2021 foi um ano em que o setor elétrico brasileiro experimentou um aumento significativo nas emissões de GEE. Além de problemas ambientais, o maior acionamento de termelétricas fósseis pode causar elevação nas contas de luz, já que a operação desses empreendimentos é mais cara em relação a usinas renováveis.
Confira os dados no gráfico abaixo