Endividamento das famílias brasileiras alcança menor nível desde 2022

Dados foram divulgados na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic)

[Endividamento das famílias brasileiras alcança menor nível desde 2022]

FOTO: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O percentual de famílias com dívidas a pagar no Brasil diminuiu 0,7 ponto percentual em agosto, atingindo 77,4% das famílias do país, o menor nível desde junho de 2022, revelou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esses dados são provenientes da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta terça-feira (5).

Apesar da melhora no cenário de endividamento, o grau de inadimplência das famílias agravou-se: o número de consumidores com dívidas atrasadas subiu de 29,6% em julho para 30% em agosto. Esse é o maior percentual desde novembro de 2022, com 3 em cada 10 pessoas endividadas indicando algum compromisso financeiro em atraso.

Além disso, o percentual de pessoas que afirmaram não ter condições de pagar dívidas de meses anteriores aumentou de 12,2% para 12,7% na mesma comparação. Esse é o maior nível registrado pelo indicador desde o início da série histórica da Peic, em janeiro de 2010.

A economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira, explicou que a queda da inflação e a recuperação do mercado de trabalho formal desde o ano passado ajudaram os orçamentos familiares, reduzindo a necessidade de recorrer ao crédito. No entanto, com juros elevados e um aumento no volume de dívidas a pagar, as famílias ainda encontram dificuldades em quitar compromissos em atraso devido ao aumento das despesas com juros.

José Roberto Tadros, presidente da CNC, considerou a queda no endividamento um "sinal positivo" de que mais famílias estão gerenciando melhor suas dívidas e ajustando seus orçamentos. No entanto, ele ressaltou que as altas taxas de juros e o custo do crédito ainda representam desafios significativos.

Para os próximos meses, a CNC prevê que a proporção de consumidores endividados continuará a cair, chegando a cerca de 77% em setembro. No entanto, a tendência é que o endividamento aumente novamente no final de 2023, encerrando o ano próximo de 78% do total de famílias no país.

DIvidas por Faixa de Renda

A pesquisa Peic de agosto também destacou que o endividamento está em declínio tanto no mês quanto no ano entre os consumidores de diferentes faixas de renda, com a maior queda ocorrendo entre aqueles com renda entre 5 e 10 salários mínimos. Nesse grupo, o percentual de endividados caiu de 77,4% em julho para 75,4% em agosto. No entanto, a inadimplência (dívidas atrasadas) aumentou em todas as faixas de renda nas comparações mensal e anual.

Quanto às modalidades de dívida, a pesquisa identificou uma redução no número de endividados no cartão de crédito em agosto, com 85,5% dos endividados, em comparação com 85,9% em julho. Isso marca a segunda queda consecutiva e coloca o indicador no menor nível desde agosto do ano passado. Também houve uma leve redução, de 0,1 ponto percentual, no volume de endividados no cheque especial, para 4,1%, e no crédito consignado, para 5,1%.


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