Ensinar, atuar e se adaptar
Confira o editorial desta quarta-feira (9)

Foto: Divulgação
Escolas de todo o país concentraram-se em buscar alternativas para viabilizar o ensino a distância quando, lá no final de março, a pandemia da covid-19 impactou de vez o país. Acostumados com aulas presenciais, os professores tiveram de se reinventar e aprender novos formatos de transmitir conteúdo: pela internet, pela TV, por aplicativos, por mensagens e por redes sociais.
A paralisação das aulas presenciais impactou tanto a rotina dos professores como a dos estudantes. Manter a atenção e o interesse do aluno, já que dentro de casa há uma série de distrações, é um desafio diário. Outro ponto foi entender e assimilar a enxurrada de informações sobre o funcionamento das novas plataformas.
Neste contexto, há uma abismo entre o chamado ensino a distância (EAD) e o ensino remoto emergencial, adotado nos tempos atuais. O ensino a distância é planejado para acontecer no ambiente virtual; já o emergencial, como a própria palavra diz, não. Não é possível fazer apenas uma 'live' do conteúdo, mas, sim, pensar em tornar o aprendizado mais acessível e interessante ao aluno, principalmente para as crianças.
Outro problema acarretado pela conversão digital feita às pressas foi a dificuldade de comunicação entre professores e alunos. O online exigiu mudanças estruturais na forma com que profissionais do ensino transmitem conhecimento.
A dificuldade do aluno está escancarada no olhar. O ensino a distância limitou o contato frente a frente. O professor, então, de repente precisava saber lecionar e atuar, como um professor e ator, mesmo. Pelo computador, a atuação deve ser redobrada em atrair a atenção.
Ao adulto, reclamar das mudanças repentinas e dos prejuízos trazidos por elas, no entanto, tem pouca ou nenhuma eficácia. E adaptar-se aos novos formatos tampouco é imediato. O momento exige adaptação, criar novos hábitos digitais e se infiltrar nos meandros positivos do já famigerado ‘novo normal’.