Especialista alerta para o tratamento do refluxo gástrico
Levantamento aponta que entre aqueles que conhecem a enfermidade (40% dos respondentes), são as mulheres

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Segundo a pesquisa “Mapa dos problemas digestivos do Brasil”, conduzida pela GFK e encomendada pela Takeda, 60% dos brasileiros não sabe o que é a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), e pouco mais de uma em cada quatro pessoas apresentam os sintomas, mas não o relaciona com a enfermidade.
O levantamento ainda aponta que entre aqueles que conhecem a enfermidade (40% dos respondentes), são as mulheres (45%), que apresenta o maior conhecimento sobre a doença em relação aos homens (34%). O grupo feminino se mostra mais sensível do que o masculino, e se sentem mais incomodadas no dia a dia pelos sintomas.
Em uma escala de 0 (não afetou o bem-estar) a 10 (afetou muito o bem-estar), os principais incômodos, para ambos os gêneros são, ‘acordar no meio da noite’ (média de 6,97), sendo seguido pela gastrite (6,75). Já sentir gosto azedo ou amargo na boca é o sintoma que gera menos inconveniência nos pacientes (4,99).
“É preciso esclarecer que estamos falando de uma doença crônica e não um sintoma e, por isso, ainda existam certas dúvidas. A Doença do Refluxo Gastroesofágico ocorre quando o fluxo de parte do conteúdo do estômago retorna para o esôfago. Este refluxo pode provocar vários sintomas, como a azia e a regurgitação. Em alguns pacientes dor torácica, faringite, tosse, asma brônquica, disfonia e pigarro também são manifestações da doença encontradas”, explica Dr. Décio Chinzon, doutor em Gastroenterologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
A pesquisa mostrou que apenas 29% dos pacientes com pigarro e rouquidão e 33% daqueles com disfonia (alteração ou enfraquecimento da voz) associam esses sinais à possibilidade da DRGE.
“Os sintomas ditos pelo indivíduo, a frequência, intensidade e duração são fatores essenciais para um diagnóstico correto. Por isso sempre reforço a importância de se falar com muita transparência sobre a condição, pois isso será muito relevante na avaliação médica”, explica o gastroenterologista.
O especialista explica ainda que os IBPs (inibidores da bomba de prótons) são uma alternativa para um controle maior da acidez do estômago e, consequentemente, maior probabilidade de cicatrização de lesões e o alívio dos sintomas. Porém, ressalta que é necessário um acompanhamento ‘caso a caso’.
“O tratamento pode ser feito de diversas formas. Inicialmente, é recomendado agir com as medidas ditas comportamentais, que ajudam a prevenir o refluxo. Já entre os medicamentos mais indicados para o tratamento, destacam-se os IBPs, que têm maior capacidade de inibir a produção do ácido clorídrico. Cada paciente tem resposta individual e uma vez diagnosticado, o desconforto pode ser corretamente tratado, motivando o bem-estar e o mínimo de futuras complicações”, completa.
Para conseguir um diagnóstico, a endoscopia é a forma mais indicada para entender a particularidade do paciente. “É um exame muito mais prático, e mais fácil de fazer”, esclarece o médico. Para as pessoas que tomam medicações para insônia, é necessário atenção em relação à doença do refluxo gástrico.
O médico também lembra que o sobrepeso e a alimentação durante o período da noite, antes do paciente se deitar para dormir, está diretamente ligado ao refluxo. “Sempre pedimos para o paciente perder peso e que se deitar com pelo menos o intervalo de duas horas entre a última alimentação, são essenciais”, finaliza.