Estudo afirma que sono pode ser tão importante para o coração quanto dieta e atividade física
American Heart Association adicionou a duração do sono às diretrizes criadas para ampliar a saúde cardíaca da população

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, levando cerca de 18 milhões de vidas a cada ano. Um novo estudo sugere que uma boa noite de descanso ajuda a manter o coração saudável.
Em junho, a American Heart Association adicionou a duração do sono à sua lista de verificação de saúde cardiovascular, agora chamada de “Life’s Essential 8”. Essas diretrizes baseadas na ciência foram criadas para ajudar todos os norte-americanos a melhorar sua saúde cardíaca. As orientações também podem ajudar pessoas no Brasil, que registra cerca de 400 mil mortes por ano pelas doenças cardíacas.
Entre os itens estão: parar de fumar; comer melhor; permanecer ativo; controlar peso; controlar pressão arterial; controlar o colesterol; reduzir o açúcar no sangue e ter um sono saudável.
Algumas das pesquisas por trás da mudança foram publicadas nessa quarta-feira (19) no jornal científico da American Heart Association.
Segundo a pesquisa realizada por cientistas da Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade de Columbia, as diretrizes de saúde cardiovascular são mais eficazes para prever o risco de doença cardíaca de uma pessoa se incluírem o sono.
Os pesquisadores analisaram os registros de sono de 2.000 adultos de meia-idade ou mais velhos em um estudo em andamento nos EUA sobre doenças cardiovasculares e fatores de risco chamado Estudo Multiétnico de Aterosclerose, ou MESA em inglês.
Maus hábitos de sono “são onipresentes” entre os norte-americanos, diz o estudo, inclusive entre os participantes. Cerca de 63% dos voluntários dormiam menos de sete horas por noite e 30% dormiam menos de seis horas. A duração ideal do sono para um adulto é entre sete e nove horas por noite, de acordo com o CDC.
Pessoas que dormiam menos de sete horas por noite tinham uma chance maior de “baixa eficiência do sono”, padrões irregulares de sono, sonolência diurna excessiva e apneia do sono. Especificamente, quase metade das pessoas no estudo tinha apnéia do sono moderada a grave. Mais de um terço relatou sintomas de insônia e 14% relataram sonolência diurna excessiva.
Aqueles que dormiram menos de sete horas tiveram maior prevalência de fatores de risco para doenças cardíacas, como obesidade, diabetes tipo 2 e pressão alta. Outra pesquisa também mostrou conexões entre sono curto e doenças crônicas que também podem prejudicar a saúde do coração.
“O sono ruim também está ligado a outros comportamentos de saúde ruins”, disse a autora do estudo Nour Makarem, professora assistente de epidemiologia da Escola de Saúde Pública Mailman. Esses maus comportamentos de saúde também contribuem para a má saúde do coração.