Estudos apontam que vitamina C pode ser aliada contra ansiedade e depressão

O micronutriente encontrado em frutas cítricas possui um papel protetor nas células do sistema nervoso central

[Estudos apontam que vitamina C pode ser aliada contra ansiedade e depressão]

FOTO: Freepik

A vitamina C, sempre lembrada na hora da gripe e do resfriado, pode ter uma participação coadjuvante positiva no tratamento da depressão e ansiedade. Estudos apontam para uma relação vantajosa na suplementação de vitamina C (ácido ascórbico) durante o tratamento desses transtornos psiquiátricos. 

Vale ressaltar que a ansiedade e a depressão são doenças multifatoriais cujas origens não estão associadas à falta de nenhum nutriente e precisam de acompanhamento médico, tanto para diagnóstico quanto para tratamento.

Pesquisadores identificaram um componente importante do ácido ascórbico, presente na vitamina C, na redução dos níveis de cortisol, o "hormônio do estresse", no organismo.

O estresse é uma resposta natural do nosso corpo a fatores ambientais compreendidos como ameaça e perigo. Ele causa aceleração dos batimentos cardíacos, irritabilidade, alterações do sono, do apetite e gastrointestinais, entre outras. Costuma passar naturalmente por estar associado a momentos específicos.

Já a ansiedade é um estado de estresse quase que permanente — inclusive com sintomas semelhantes — mesmo que não haja fatores desencadeadores. O indivíduo que sofre deste transtorno costuma ter preocupação excessiva, além de batimentos cardíacos acelerados, tonturas, dor de cabeça, etc. Em relação à depressão, é comum que pacientes depressivos experimentem um período de estresse crônico.

Seja qual for o quadro psiquiátrico, altos níveis de cortisol por longos períodos causam alguns danos no organismo, explica o médico psiquiatra Guido Boabaid May, do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.

"O cortisol é essencial para o nosso funcionamento. Ele aumenta a nossa resistência à dor, interfere positivamente na metabolização de gordura, carboidrato e proteína. Mas quando é produzido em excesso, em situações de estresse, aumenta a chance de termos depressão, ansiedade, facilita o ganho de peso, doenças cardiovasculares, diminui nossas funções cognitivas, como concentração e raciocínio, aumenta a fadiga e a irritabilidade, diminui libido, piora a qualidade de sono, pode alterar o ciclo menstrual..."

A depressão, acrescenta o médico, envolve outras questões, mas também o aumento dos níveis de cortisol por um tempo prolongado.

"Um estresse contínuo, além do aumento de cortisol, pode afetar a modulação química do cérebro e, aí sim, desencadear sintomas depressivos, que são mais intensos e contínuos. A depressão é causada primeiramente por uma alteração na modulação neuroquímica do cérebro — dos neurotransmissores serotonina, dopamina, noradrenalina, em associação com o aumento da produção de cortisol."

Além de reduzir os níveis de cortisol, a vitamina C tem outras funções, acrescenta o médico nutrólogo Daniel Magnoni, presidente do Imem (Instituto de Metabolismo e Nutrição). "A vitamina C estabiliza funções cognitivas, então, estabiliza irritabilidade celular de uma forma geral, arritmia cardíaca, contração muscular espontânea e também estaria relacionada de uma certa forma com a 'irritabilidade' do sistema nervoso central."

Em um trabalho científico divulgado no ano passado, pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) destacam que "embora a eficácia dessa vitamina nos transtornos do espectro da ansiedade seja menos estabelecida, vários estudos mostraram que a suplementação de ácido ascórbico produz efeito antidepressivo e melhora o humor", afirma o artigo desenvolvido pelos pesquisadores. 

Já em relação à ansiedade, um trabalho conduzido por pesquisadores brasileiros em 2015, com 42 estudantes do ensino médio, mostrou benefícios. Dois grupos foram comparados: um recebeu 500 mg de vitamina C por dia e outros tomou placebo.

Após 14 dias da suplementação, eles avaliaram o nível de ansiedade dos jovens utilizando o Inventário de Ansiedade de Beck. "Os resultados mostraram que a vitamina C reduziu os níveis de ansiedade e levou a uma concentração mais elevada de vitamina C no plasma em comparação com o placebo. As frequências cardíacas médias também foram significativamente diferentes entre o grupo de vitamina C e o grupo de controle com placebo", ressaltam os autores.

Os pesquisadores da UFSC, publicado no Jornal de Bioquímica Nutricional, reforçam em seu artigo que "o ácido ascórbico também participa indiretamente como um antioxidante, regenerando a vitamina E e contribuindo para a homeostase oxidante/antioxidante da membrana plasmática".


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