EUA prometem resposta após condenação de Bolsonaro no STF
Secretário Marco Rubio afirma que decisão representa “opressão judicial”

Foto: Cristian Lazzari/Flickr
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, declarou que Washington responderá “na próxima semana ou algo assim” à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à Fox News, Rubio afirmou que “o Estado de Direito está se desintegrando” e acusou ministros da Corte de promoverem perseguições políticas.
“Temos esses juízes ativistas – um em particular – que não só perseguiu Bolsonaro, aliás, ele tentou – ele tentou realizar reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos ou contra alguém que postasse online de dentro dos Estados Unidos, e até ameaçou ir ainda mais longe nesse sentido. Portanto, haverá uma resposta dos EUA a isso”, disse o secretário.
Rubio, que já havia determinado a suspensão do visto do ministro Alexandre de Moraes e de outras autoridades brasileiras, classificou o magistrado como “violador de direitos humanos” e assegurou que “os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas”.
A condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito intensificou o clima de tensão entre os dois países.
O Itamaraty reagiu às declarações de Rubio ainda na quinta-feira (11). Em nota, afirmou: “Continuaremos a defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem. Ameaças como a feita hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia.”
A crise diplomática também foi reforçada por outras autoridades dos EUA. O vice-secretário Christopher Landau avaliou que a decisão “conduz as relações entre Brasil e Estados Unidos ao seu ponto mais sombrio em dois séculos”. Já Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública, afirmou que a sentença representa “censura e perseguição de Moraes” e que Washington encara o episódio “com a maior seriedade”.
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