Ex-chefe da FAB volta atrás sobre participação de Anderson Torres em reuniões com teor golpista

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior voltou atrás sobre o depoimento dado a Polícia Federal (PF) e afirmou não ter certeza sobre a presença do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro (PL), Anderson Torres, em reuniões em que foram discutidos assuntos envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

"Gostaria de fazer uma retificação, não tenho certeza da participação do Torres em alguma reunião", afirmou o ex-chefe da FAB em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), realizado nesta quarta-feira (21), no âmbito da ação penal que investiga o núcleo 1 da suposta tentativa de golpe de Estado, que inclui o ex-presidente Bolsonaro e Torres como réus.

Durante a oitiva, Baptista Júnior confirmou as reuniões sobre o tema. Além disso, ele afirmou que Bolsonaro levou para comandantes das Forças Armadas consultas sobre uma possível intervenção para que não houvesse a posse do presidente Lula (PT) em janeiro de 2023.

No entanto, o ex-comandante da FAB fez questão de corrigir uma informação em seu depoimento. "Sugeri ao presidente que, se havia algum problema ou crise institucional, estava na hora de chamar outros integrantes do governo. Foi aí que sugeri o nome de Anderson Torres. A partir do dia 11, começamos a ficar desconfortáveis se a GLO era para caminhoneiros, manifestantes ou outro objetivo. Eu sugeri o nome de Torres, mas não tenho a mesma certeza da participação de Anderson Torres nas reuniões", declarou.

Desde que o ministro do STF Alexandre de Moraes tornou público o depoimento de Baptista Júnior à Polícia Federal, a defesa de Torres nega a participação dele nas reuniões.