Exposição à poluição aumenta as chances de uma pessoa desenvolver demência, revela estudo
Até mesmo a exposição a quantidades menores representaram maior chance de declínio cognitivo

Foto: Arquivo/Agência Brasil
Pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, concluíram, após uma ampla revisão de estudos científicos, que a exposição à poluição aumenta as chances de uma pessoa desenvolver demência. O artigo foi publicado neste mês no periódico científico The BMJ.
O estudo focou em 16 pesquisas sobre a relação entre poluição do ar e demência clínica realizados na última década. O principal poluente era o PM2,5, chamado de partículas finas.
Veículos movidos a combustão, a indústria e a queima de biomassa estão entre as principais fontes de materiais particulados que são despejados diariamente no ar.
A pesquisa chama atenção para um dado da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que 57 milhões de pessoas vivem com demência em todo o mundo. A previsão é de que esse número aumento para 153 milhões até 2050.
Estima-se que até 40% dos casos de demência tenham fatores de risco potencialmente modificáveis, incluindo a exposição a poluentes do ar. A EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) entende que o padrão máximo de exposição ao PM2,5 deva ser de 12 μg/m³ (microgramas por metro cúbico de ar).
No entanto, os autores descobriram que havia um risco maior de demência mesmo entre quem era exposto a quantidades menores. A exposição aumentada em 2 μg/m³, na média anual, significou 17% mais chances de desenvolver demência. Outros poluentes, como o óxido de nitrogênio e o dióxido de nitrogênio também tiveram impacto.