As queimadas na Amazônia, lamentavelmente, viraram crise internacional. É natural, sem dúvida, que o assunto reverbere pelo mundo devido à relevância da maior floresta do mundo e de sua biodiversidade.

A questão, já exaustivamente polemizada internamente, agora ganha contornos bastante irresponsáveis quando o presidente de uma potência mundial, como é o caso de Emmanuel Macron da França, utiliza uma foto antiga de queimada na Amazônia, registrada na década de 1970, para se intrometer no debate.

A foto em questão é do fotógrafo americano Loren McIntyre, que veio há mais de quatro décadas à América do Sul, para uma expedição pela Amazônia em trabalho pela National Geographic.

O uso desta imagem, aliás, carrega outra irresponsabilidade de Macron: diversos famosos utilizaram a mesma fotografia para fazer posts de pesares e manifestações de apoio ao Brasil diante das queimadas, mas, será que todos eles pagaram os devidos encargos por utilizam um material pago, que originalmente está à venda no site Alamy?

Aparentemente, as queimadas na floresta amazônica estão em alta para os manifestantes de redes sociais contribuírem com suas opiniões que ninguém pediu, sobre um assunto que não dominam e, certamente, pouco se instruíram para se manifestarem publicamente.

Macron, por exemplo, preferiu incendiar o debate invés de buscar soluções diplomáticas. Não apenas pelo uso de uma foto antiga que distorce a realidade, mas também por acirrar os ânimos já exaltados contra o governo Bolsonaro, numa desnecessária caça às bruxas.

Aliás, vale corrigir o mandatário francês em mais uma coisa: a Amazônia, diferente de uma literatura romântica ultrapassada e já corrigida, não é o pulmão do mundo, já que a floresta consome todo o oxigênio que produz.