Félix Mendonça, Humberto Raimundo, Alan Machado e Marcel José: saiba quem são os políticos baianos alvos da nova fase da Operação Overclean

A quarta fase da Operação Overclean, iniciada pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (27), mira políticos baianos. Os prefeitos das cidades de Ibitanga e Boquira foram afastados do cargo, além de um assessor do deputado federal Félix Mendonça (PDT).

Segundo a PF, o novo núcleo investigado é suspeito de atuar na liberação de emendas destinadas aos municípios de Boquira, Ibipitanga e Paratinga, no período de 2021 a 2024, mediante pagamento de vantagem indevida, além de atuar na manipulação de procedimentos licitatórios.

A corporação não divulgou a participação de cada integrante no esquema. Ao todo, 16 mandados de busca e apreensão são cumpridos. Saiba quem são os investigados:

Félix Mendonça

Foto:  Vinicius Loures | Câmara dos Deputados

Deputado federal baiano no quarto mandato, Félix passa a figurar entre os investigados da Overclean. Segundo a jornalista da GloboNews, Camila Bomfim, repasses irregulares de emendas parlamentares enviadas pelo deputado a três municípios da Bahia são investigados.

Todos os afastados por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta, têm ligação com Félix. O ministro do Supremo, Nunes Marques, autorizou a quebra de sigilo telefônico do deputado.

Além disso, Marcelo Chaves Gomes, assessor de Félix, é apontado como principal operador financeiro do esquema. Ele foi alvo de buscas e afastado do cargo.

Em nota, o parlamentar disse ter sido surpreendido com a operação e negou que ele ou qualquer assessor do seu gabinete tenham cometido irregularidade no envio de emendas parlamentares para municípios baianos, sejam os citados na operação ou qualquer outro. (Confira nota na íntegra abaixo)

Humberto Raimundo Rodrigues de Oliveira

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Prefeito de Ibitanga, cidade do sudoeste da Bahia, eleito no 1º turno com 62,90% dos votos, Humberto Raimundo (PT), mais conhecido como Beto, foi afastado do cargo.

Segundo a operação, ele tinha ligações diretas com Félix Mendonça e foi alvo de buscas.

Alan Machado França

Foto: Divulgação/TSE

Também eleito no 1º turno, com 50,26% dos votos válidos, Alan Machado França (PSB) era gestor da cidade de Boquira, localizada na região da Chapada Diamantina. 

Alan foi afastado do cargo por determinação do STF e também foi alvo de buscas.

Marcel José Carneiro de Carvalho 

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Ex-prefeito de Paratinga, no oeste da Bahia, pelo PT, Marcel José foi alvo de mandado de busca e apreensão. 

Em gavetas de um guarda-roupa e de um armário na casa dele, em Salvador, foram encontradas grandes quantias de dinheiro. Ainda não há detalhes sobre o valor encontrado.

Foto: Reprodução

Nota do deputado Félix Mendonça Jr. na íntegra:

“O deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT) foi surpreendido ao ser apontado como alvo de uma nova etapa da Operação Overclean, deflagrada nesta sexta-feira (27) pela Polícia Federal. 

Félix Mendonça nega que ele ou qualquer assessor do seu gabinete tenham cometido irregularidade no envio de emendas parlamentares para municípios baianos, sejam os citados na operação ou qualquer outro. 

O deputado ressalta que as emendas para custeio ou investimentos nos municípios são solicitadas por prefeitos ou lideranças, sendo esperado que os recursos sejam aplicados de forma lícita, com a obtenção de ganho exclusivamente político.   

Félix Mendonça, que sempre atuou na vida pública com correção, ética e seriedade, está colaborando com as investigações para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos o mais rápido possível”.

As defesas dos outros políticos citados não se manifestaram publicamente até o momento.

Overclean

A Overclean investiga uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro, por meio do Departamento Nacional de Obras Contra às Secas (Dnocs), especialmente a Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST-BA). O esquema teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão.

A quarta fase da operação também cumpriu mandados de buscas contra empresários e empresas suspeitas de envolvimento no esquema, nas cidades de  Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga.

Os recursos públicos utilizados pelo grupo eram provenientes também de convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais. A organização utilizava o superfaturamento de obras e desvios financeiros. 

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