Fiocruz assina cooperação com Servier para medicamentos contra doenças crônicas
Tecnologia inovadora visa a liberação prolongada do princípio ativo no organismo

Foto: Reprodução/Governo Federal
A Fundação Oswaldo Cruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), assinou um Memorando de Entendimento junto ao laboratório francês Servier, na última quinta-feira (10), para a realização de uma cooperação técnica no desenvolvimento de novos medicamentos voltados para o tratamento de doenças crônicas a partir de uma nova plataforma farmacêutica.
A tecnologia inovadora visa a liberação prolongada do princípio ativo no organismo, o que proporcionaria eficácia, segurança e maior aderência e comodidade aos pacientes.
Inicialmente, deve ser feito o desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de doenças cardiovasculares, como angina, isquemia e hipertensão. Já em uma segunda fase, já com a expertise adquirida, a nova plataforma poderá ser utilizada também para o desenvolvimento de novas opções de tratamento para doenças negligenciadas, como malária, tuberculose e Aids, por exemplo.
“A nova forma farmacêutica vai nos permitir enfrentar o enorme desafio da baixa adesão ao tratamento de doenças crônicas, como as cardiovasculares, que tem altas de mortalidade e grande impacto para o SUS e para a sociedade, e também as negligenciadas, como a malária tuberculose, com a liberação mais controlada dos princípios ativos no organismo do paciente, auxiliando na tolerabilidade aos medicamentos para tratamento das doenças, uma vez que, hoje, a principal queixa relativa ao uso dos medicamentos atuais são as reações indesejadas à fórmula”, explicou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger.
Outra parceria já havia sido firmada entre o Grupo Servier e Farmanguinhos/Fiocruz, em 2017, para a fabricação do medicamento Vastarel 80, para tratamento de isquemia cardíaca que já utiliza a tecnologia de micropellets. Assim, a Farmanguinhos já detém o conhecimento da nova tecnologia, o que deve facilitar todo o processo de desenvolvimento de novos medicamentos.
“O histórico de cooperação em projetos entre Servier e Fiocruz é muito particular. Temos muitas características únicas e complementares. Únicas por serem ambas fundações dedicadas ao progresso terapêutico, à saúde das pessoas. E complementar, pela convicção compartilhada de que a inovação é fruto da cooperação. Estamos convencidos na Servier de que esta cooperação com a Fiocruz traz grande potencial de beneficiar os pacientes no Brasil, simplificando a adesão a um tratamento que pode ser adaptado às suas necessidades, particularmente nas doenças cardiovasculares”, celebrou o Presidente do Grupo Servier, Olivier Laureau.
Já o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, aponta que a nova plataforma permitirá o desenvolvimento de sistemas de liberação de substâncias inclusive em combinação, e interdependentes, melhorando o perfil de segurança e eficácia de medicamentos.
“Com essa nova tecnologia, podemos combinar mais de um princípio ativo na mesma forma farmacêutica. No caso da Aids, por exemplo, poderíamos pensar em desenvolver um medicamento único, para, além de aumentar a tolerabilidade, reduzir o número de cápsulas que hoje esses pacientes devem ingerir”, explica o diretor.


