Fux rebate críticas a voto contra condenação de Bolsonaro: "Não leram o voto que comentaram"
Declaração foi realizada durante o início do voto do ministro no julgamento do "núcleo 4" da trama golpista, nesta terça-feira (21)

Foto: Gustavo Moreno/STF
Durante o início do voto no julgamento do chamado "núcleo 4" da trama golpista, nesta terça-feira (21), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux rebateu as críticas que sofreu após votar pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Sem citar nomes, Fux rebateu uma entrevista do jurista e professor italiano Luigi Ferrajoli, que havia apontado a condenação de Bolsonaro como uma "clara superioridade do Brasil na defesa do Estado Democrático de Direito".
Fux chegou a usar Ferrajoli, conhecido como o pai do garantismo penal, para embasar seus fundamentos de absolvição na Ação Penal nº 2.668. No entanto, no julgamento desta terça-feira, o ministro afirmou que "o mestre italiano que declarou não ter lido o meu voto e é um dos precursores do garantismo não tratou uma linha sequer à vedação ao tribunal de exceção, entre outras garantias elementares".
Segundo o ministro, teóricos que não "conhecem a realidade brasileira, não leram o voto que comentaram, e são professores catedráticos" precisam comentar o que se lê.
"Eu, que tenho quase cinco décadas de magistério, sendo professor, considero lamentável que a seriedade acadêmica tenha sido deixada de lado por um rasgo de militância política", afirmou.
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