Governadores estudam liberar uso de máscaras no país a partir de março
Medidas de flexibilização têm como parâmetro a marca de 80% de vacinados, prevista por especialistas

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O Fórum Nacional de Governadores, que reúne os chefes dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal, estudam a possibilidade de flexibilizar o uso de máscaras no país a partir de março. O grupo solicitou uma análise técnica ao comitê científico e agendou uma reunião para o próximo dia 15, com o objetivo de formular um cronograma de transição de medidas restritivas relacionadas à Covid-19.
O coordenador do fórum e governador do Piauí, Wellington Dias, confirmou ao O GLOBO que o grupo estima que o país alcance a marca de mais de 80% de vacinados com as duas doses contra a Covid-19 até o dia 20 de março. Com isso, será possível pensar em novas medidas.
"As máscaras podem ser o primeiro ponto a se modificar. Elas passariam a ser uma recomendação em vez da medida coercitiva que é hoje. Outra questão é a regra de distanciamento nas escolas, que impõe dificuldades por conta da capacidade de abrigar os alunos. Queremos discutir mudanças, mas com respaldo da ciência", diz Dias.
O pesquisador da Fiocruz e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Julio Croda, falou ao O GLOBO, na quarta-feira (23) que "o mês de fevereiro ainda vai ter muita transmissão, muita hospitalização, muito óbito. Em algum momento teremos que fazer a discussão sobre a flexibilização das máscaras, mas provavelmente isso será a partir do meio de março".
Por isso, é preciso esperar e verificar o cenário pós-carnaval antes de tomar qualquer nova decisão. É isso que afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo. "A gente precisa esperar o carnaval e ver se haverá repique de casos. Porque mesmo que não haja festa de rua propriamente, muitos vão viajar, existem os eventos privados, haverá alguma aglomeração, como vimos no réveillon", defende Chebabo.
O presidente da SBI ressalta, entretanto, que uma flexibilização não quer dizer proibição. "Ainda vai haver recomendação para alguns grupos. Mas vai depender de cada um, deixando de ser uma exigência do poder público", argumenta.