Governo economizaria mais de R$ 30 bilhões com militares e Judiciário na reforma de servidores
Apenas com reajustes menores, a economia seria de pelo menos R$ 17 bilhões em dez anos

Foto: Reprodução/Agência Brasil
A inclusão de militares na área de carreiras públicas prevista na reforma administrativa poderia economizar R$ 31,4 bilhões aos cofres públicos em dez anos. É o que aponta o levantamento do economista Daniel Duque, líder da área de inteligência técnica do Centro de Liderança Pública (CLP), feito a pedido do GLOBO.
De acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está marcado para esta terça-feira (8), uma reunião com todos os líderes para discutir méritos, ritos e procedimentos de tramitação da reforma no âmbito da Comissão Especial. O assunto estás sendo tratado com "cuidado e responsabilidade", disse.
Membros do Ministério Público e juízes, que integram o Judiciário, justificaram que o Executivo não pode interferir nos demais Poderes, e que portanto, o projeto era apenas voltado para servidores civis, e não poderia tratar dos militares.
As projeções do CLP mostram que o maior impacto seria de eventual inclusão de militares na reforma, eles são mais numerosos. As Forças Armadas têm cerca de 334 mil na ativa.
Os cálculos mostram que se a categoria dosse submetida a uma reforça semelhante à planejada para os civis, o governo economizaria R$ 17,3 bilhões em dez anos apenas com reajustes menores.
O cálculo teve como base a relação de renda/hora efetiva e habitual, medindo o que se ganha em ganhos e benefícios, a manutenção menor de servidores com base no aumento de horas trabalhadas e os reajustes menores ao longo dos anos.
A reforma administrativa começou a tramitar no Congresso neste ano. Em maio, a proposta foi aprovada Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, e agora vai para a Comissão Especial, que pode fazer alterações de mérito no texto.