Governo Lula freia recuperação e tem 31% de avaliação positiva e 38% de negativa, aponta Genial/Quaest
As oscilações estão dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, mas inverteram numericamente a curva em relação a outubro

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Nova rodada da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta (12), mostra que 31% dos brasileiros avaliam o governo Lula (PT) como positivo, enquanto 38% o consideram negativo. Outros 28% classificam a gestão como regular, e 3% não souberam responder.
As oscilações estão dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, mas inverteram numericamente a curva em relação a outubro, quando o petista havia registrado 33% de avaliação positiva e 37% de negativa. A diferença entre os dois indicadores, que estava empatada no limite máximo da margem, voltou agora para 7 pontos percentuais.
Foram realizadas 2.004 entrevistas presenciais entre 6 e 9 de novembro, em 120 municípios, distribuídos por todas as regiões do país.
A aprovação pessoal ao trabalho do presidente é de 47%, e a desaprovação, de 50% – diferença que configura empate técnico. Em outubro, 48% aprovavam e 49% desaprovavam.
A aprovação segue melhor no Nordeste (59%), entre os que cursaram até o ensino fundamental (55%) e entre os que ganham até dois salários mínimos (54%). A desaprovação é mais alta entre evangélicos (58%).
A pesquisa mostra que 49% dos entrevistados acreditam que Lula não é bem-intencionado, enquanto 44% afirmam o contrário. Em relação ao cumprimento das promessas de campanha, 63% dizem que o presidente não tem conseguido cumpri-las, e 32% acreditam que sim.
Para 46% dos brasileiros, as notícias sobre o governo têm sido mais negativas. Outros 29% dizem perceber mais notícias positivas, e 22% afirmam não ter visto notícias a respeito da gestão.
Os números foram divulgados na esteira de repercussões após a operação policial que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. O tema da segurança pública ganhou centralidade nas últimas semanas e passou a dominar o debate político. Diante da repercussão, o governo federal e aliados petistas tentam disputar espaço nesse campo, historicamente associado à direita.
Uma das declarações que mais repercutiram foi a de que "traficantes também são vítimas dos usuários", feita por Lula. Após a reação negativa, o presidente se retratatou em publicação no X, dizendo ter feito "uma frase mal colocada".
Segundo a pesquisa, 81% dos brasileiros discordam da afirmação de que traficantes são vítimas dos usuários, enquanto 14% concordam. Para 51%, a frase representou uma opinião sincera de Lula; 39% consideram que foi um mal-entendido.
O petista classificou posteriormente a operação como "desastrosa". Discordam de Lula neste ponto 57%, enquanto concordam 38%.
Sobre a união de governadores de direita que anunciaram um consórcio para combater o crime organizado após a operação no Rio, 47% dos entrevistados veem uma ação política. Outros 46% acreditam que pode efetivamente ajudar a reduzir a violência. A pesquisa mostra que 3% veem as duas coisas.
Entre os integrantes do grupo, o governador Cláudio Castro (PL-RJ) é apontado por 24% como quem melhor se saiu até agora. Em seguida aparecem Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), com 13%; Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), com 11%; Romeu Zema (Novo-MG), com 5%; Jorginho Mello (PL-SC), com 3%; Celina Leão (PP-DF) e Eduardo Riedel (PP-MS), ambos com 2%. Outros 9% disseram que nenhum deles se destacou, e 31% não souberam responder.
Uma parcela de 67% dos participantes diz aprovar a operação, contra 25% que a desaprovam. Mais 67% acham que a polícia não exagerou no uso da força empregada, contra 29% que pensam que sim. Não gostariam que uma ação similar acontecesse em seu estado 55%, contra 42% que gostariam.
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.004 pessoas em 120 municípios entre 6 e 9 de novembro de 2025. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Margens por grupo (em pontos percentuais):
- Escolaridade: até ensino fundamental (4), ensino médio completo (3), superior completo (4)
- Renda: até 2 salários mínimos (4), de 2 a 5 (3), mais de 5 (4)
- Religião: católicos (3), evangélicos (4)
- Região: Sudeste (3), Nordeste (4), Sul (6), Centro-Oeste/Norte (5)


