Haddad rompe com a Folha de S. Paulo após críticas do jornal
Ele publicou uma carta de despedida, depois de ser vítima de um ataque num editorial do jornal

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O ex-prefeito e um dos presidenciáveis petistas Fernando Haddad anunciou que não faz mais parte do grupo Folha de S. Paulo. Ele era colunista e geralmente falava sobre política.
Neste sábado (9), ele publicou uma carta de despedida, depois de ser vítima de um ataque num editorial do jornal. Haddad foi agredido depois de defender a candidatura presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Folha criticou o ex-prefeito no 3 de janeiro. "Fernando Haddad assumiu o papel de poste e a chapa surfou nos votos que Lula ainda era capaz de amealhar, sendo derrotada por Jair Bolsonaro no segundo turno sem conseguir apoios expressivos. Talvez esperançoso por uma nova chance, Haddad lançou no fim do ano passado a candidatura do ex-chefe em 2022, algo que depende de um complexo arranjo legal", escreveu a Folha.
Com isso, Haddad optou em se afastar sob alegação de que a Folha segue alimentando o antipetismo.
"Quando fui convidado para ser colunista da Folha, relutei em aceitar. Na época, me incomodava o posicionamento do jornal no segundo turno das eleições de 2018. Pareceu-me uma falsificação inaceitável um órgão de imprensa que apoiou o golpe militar de 1964 equiparar, em editorial, um professor de teoria democrática a uma aberração saída dos porões da ditadura. Àquela altura, a Folha já sabia que a família Bolsonaro era autoritária e corrupta, mas entendia que a agenda econômica neoliberal de Paulo Guedes compensaria o risco. Teria sido mais correto assumir isso publicamente (...) Aceitei o convite, no entanto, porque intuía que o governo Bolsonaro traria graves consequências ao país, o que exigia da parte de todos uma disposição ainda maior ao diálogo. Na semana passada, ocorreu um episódio insólito. Uma jornalista sugeriu, em artigo publicado no Estadão, que o STF mantivesse a condenação de Lula e desconsiderasse as provas de parcialidade de Moro. E por quê? Para evitar que Lula seja candidato em 2022, o que, supostamente, favoreceria a candidatura de Bolsonaro. Reagi, nas redes sociais, afirmando que, diante de tanta infâmia e covardia, restava ao PT reafirmar os argumentos da defesa de Lula e relançá-lo à Presidência", disse.