História sem ponto cego

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O ponto cego na tentativa de entender processos históricos é a catástrofe de quem se torna devoto de apenas um lado. É como no jornalismo, onde a apuração de fatos conduz ao esclarecimento, enquanto se prender a falatórios, boatos ou fontes más intencionadas leva, por certo, ao descarte.
A História, como disciplina científica, demanda leituras de diferentes correntes de pensamento, contrapor teorias e o esforço em analisar quais autores ou qual narrativa estão mais próximas ao tipo de construção de realidade de que se pretende defender.
A verdade absoluta ou a não checagem de fatos, por subverterem tais procedimentos, são nada mais do que imposições e uma história parcial, incompleta. No campo político, fica fácil identificar esta conduta como militância, opinião partidária, que buscam apenas os próprios interesses, mesmo que, para isso, seja necessário rasgar a História.
O lado certo da história é aquela que pondera e, livre de amarras ideológicas, vislumbra as possibilidades, verdades e mentiras em cada discurso, para então, por si mesmo, construir um entendimento sensato.
Com a quantidade de fake news alastradas pelas redes sociais, com intuitos maldosos de minar a história e o futuro do Brasil, além do perigosíssimo discurso de pós-verdade proferido e martelado tanto por autoridades, quanto pessoas influentes na sociedade é preciso respirar, desacelerar, refletir e ter cuidado antes de tomar uma posição.