Hugo Motta nega negociação sobre PEC da Anistia com a oposição

BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos) negou, nesta quinta-feira (7) que tenha negociado com a oposição para pautar a PEC da Anistia e a PEC do fim do foro privilegiado. A declaração contradiz o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, e outros deputados federais que afirmaram que a desocupação do plenário Ulysses Guimarães na noite de ontem ocorreu após a confirmação que as exigências seriam atendidas. 

A desocupação da mesa da presidência na Câmara aconteceu por volta das 22h25. 

Hugo Motta afirmou ainda que a presidência não é negociada “nem com a oposição, nem com o governo”. Questionado sobre possível punição aos deputados que impediram o funcionamento do plenário, ele afirmou que tem até o final do dia para decidir. 

Posicionamento de Motta ao Motim 

Em resposta ao motim bolsonarista que ocupou a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados na terça-feira (5), o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou, na noite de quarta-feira (6) que a democracia "não pode ser negociada" e deve ser priorizada inclusive diante de interesses pessoais ou eleitorais.

Durante o movimento, os parlamentares protestavam contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma mobilização que impediu a realização de sessões desde a terça-feira. A desocupação do plenário por parte dos protestantes aconteceu ainda na noite de quarta, com ameaças de suspensão de mandatos e acionamento da polícia legislativa.

“Não podemos deixar que projetos pessoais e até projetos eleitorais possam estar à frente do que é maior que todos nós: o nosso povo", discursou Motta.

Ao tentar abrir a sessão, Motta foi impedido de sentar na cadeira da Presidência pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que participava da ocupação, e não quis sair do lugar. O parlamentar cedeu após uma breve conversa com Motta, que conseguiu reassumir o posto.