IBGE-BA: Inflação da RM Salvador acelera para 1,11% e é a maior para um mês de setembro em 18 anos
A taxa seguiu um pouco abaixo da registrada no país como um todo

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Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 1,11% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Voltou a acelerar, depois de três meses mostrando diminuição no ritmo de alta, e foi o maior para um setembro em 18 anos - desde 2003, quando havia ficado em 1,37%.
Ainda assim, a inflação da RM Salvador seguiu um pouco abaixo da registrada no país como um todo, onde o IPCA foi a 1,16%, em setembro - o maior para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. O índice da RMS foi o 10o entre as 16 áreas investigadas separadamente pelo IBGE.
Em setembro, a inflação foi mais alta em Rio Branco/AC (1,56%) e nas regiões metropolitanas de Curitiba/PR (1,54%) e Porto Alegre/RS (1,53%). Brasília/DF (0,79%), Goiânia/GO (0,81%), a RM São Paulo/SP (1,01%) e São Luís/MA (1,01%) apresentaram os menores índices.
Com o resultado do mês, o IPCA na RM Salvador tem alta de 6,81% no acumulado de janeiro a setembro de 2021. Segue abaixo do índice nacional (6,90%), mas já é o maior acumulado para um ano desde 2015, quando havia fechado dezembro com uma alta de 9,86%.
Nos 12 meses encerrados em setembro, a inflação na RM Salvador ficou em 9,54%. Seguiu acelerando em relação aos 8,59% registrados nos 12 meses encerrados em agosto, embora ainda se mantenha abaixo do acumulado no país como um todo. Nacionalmente, o IPCA bateu a casa dos dois dígitos, chegando a 10,25% nos 12 meses encerrados em setembro, com 10 das 16 áreas investigadas também já apresentando inflação igual ou maior que 10,00%.
O quadro a seguir mostra o IPCA para Brasil e áreas pesquisadas, no mês, acumulados no ano e nos 12 meses encerrados em setembro de 2021.
Em setembro, todos os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA apresentaram altas, na Região Metropolitana de Salvador. Isso não acontecia, para um mês fechado, em pouco mais de três anos, desde maio de 2018.
Depois de ter apresentado deflação em agosto (-0,10%), as despesas com habitação (2,71%) tiveram o segundo maior aumento médio e lideraram em termos de contribuição para a alta do IPCA. A energia elétrica (5,92%) foi a maior pressão inflacionária individual no mês, e o aumento do gás de botijão
(4,63%) também teve influência importante na aceleração do custo de vida, na
RMS.
Com o terceiro maior aumento, o grupo transportes (1,56%) deu a segunda maior contribuição de alta no índice de setembro, puxado pelas passagens aéreas (39,59%), que tiveram o maior aumento entre as centenas de produtos e serviços pesquisados para formar o IPCA. As altas de conserto de automóvel (1,77%) e transporte por aplicativo (15,54%, segundo maior aumento do mês) também foram relevantes.
Vestuário (2,80%) completou o trio de principais pressões de alta no custo de vida, na RMS, em setembro, com o maior aumento dentre os grupos. Os preços do grupo alimentação e bebidas, por sua vez, mostraram, em média, uma desaceleração em setembro, aumentando menos do que em agosto (0,54% frente a 1,02%). Ainda assim, grupos de alimentos importantes no dia a dia tiveram altas relevantes, como aves e ovos (4,17%), bebidas e infusões (3,39%) e as carnes em geral (0,80%).
Por outro lado, 4 dos 5 produtos que mais contribuíram para segurar o aumento do IPCA da RMS em setembro foram alimentos, liderados pelo tomate (-14,63%) e pelo pão francês (-3,05%).