IGBE: Preço da carne sobe pouco em janeiro e IPCA-15 fecha em 0,71%

Mesmo assim, o resultado foi o mais elevado para o mês desde 2016

Por Da Redação
Às

IGBE: Preço da carne sobe pouco em janeiro e IPCA-15 fecha em 0,71%

Foto: Reprodução/G1

Com menor pressão dos preços da carne, o custo de vida deu mostras de desaceleração em janeiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, teve alta de 0,71%, um recuo de 0,34 ponto percentual em relação à taxa de 1,05% registrada em dezembro. Mesmo assim, foi o maior resultado para janeiro desde 2016. Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou variação de 4,34%, superior aos 3,91% registrados até o mês anterior.

De acordo com Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, o resultado, anunciado nesta quinta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou dentro das expectativas do mercado. “A inflação, em 2020, deve permanecer comportada, abaixo de 4%”, prevê. Segundo o economista, após o choque dos preços da carne, a perspectiva é de que “o Banco Central deve fazer mais dois cortes na Taxa Básica de Juros (Selic)”, atualmente em 4,50% ao mês. “A grande dúvida hoje é sobre a economia americana e a relação dos Estados Unidos com China e Irã. No mercado interno, não vejo mudanças bruscas”, destacou.

Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE de 12 de dezembro de 2019 a 14 de janeiro de 2020 apresentaram alta. A maior variação ficou com o grupo da alimentação e bebidas (1,83%), embora tenha sido registrada desaceleração em relação ao mês passado, quando o incremento foi de 2,59%. A segunda maior contribuição veio dos transportes com 0,92% — próxima à registrada em dezembro, de 0,90%. Segundo o IBGE, a desaceleração em alimentação e bebidas é explicada principalmente pelo resultado da alimentação no domicílio, que teve alta menor que em dezembro (2,30% ante 3,62%).

As carnes, que apresentavam elevação de 17,71% no último mês de 2019, ainda subiram em janeiro, mas bem menos: 4,83%, em média. Ainda assim, o item deu a maior contribuição individual ao IPCA-15. 

Riezo Silva Almeida, coordenador do curso de ciências econômicas do Centro Universitário Iesb, lembrou que a demanda da China por carne bovina elevou o preço do produto e o consumidor reagiu. “Ele (consumidor) migrou para outros tipos de bens substitutos, e com isso a carne começou a desacelerar. Houve mais oferta no mercado interno e a demanda diminuiu”, explicou. A tendência nos próximos meses é de que o preço da carne continue desacelerando, segundo Almeida. “Mas existe a possibilidade de o consumo aumentar por causa da volta às aulas”, alertou.

No grupo dos transportes, a gasolina, que já havia subido 1,49% em dezembro, apresentou alta de 2,64% em janeiro e contribuiu com o segundo maior impacto individual no índice. A boa notícia veio das passagens aéreas, que recuaram 6,45%, depois de subir 15,63% em dezembro.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.